Domingo, 18 de setembro de 2011
Da Agência Brasil
Carolina Pimentel - Repórter
Portadores de mieloma múltiplo, tipo de câncer de medula
óssea, cobram da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a
liberação da entrada do medicamento lenalidomida no país. A Fundação
Internacional de Mieloma da América Latina (IMF, em inglês), entidade
que representa os doentes em 108 países, entregou à agência reguladora
abaixo-assinado com 22 mil assinaturas de pacientes e parentes que
reivindicam o registro imediato do remédio no Brasil.
A lenalidomida é indicada para os pacientes que já não respondem aos
remédios usuais ou abandonam o tratamento por causa dos efeitos
colaterais provocados pela talidomida, entre eles, formigamento nas mãos
e nos pés, informou a presidenta da IMF na América Latina, Christine
Battistini. A lenalidomida integra o mesmo grupo da talidomida.
“Sabemos que não é para todo paciente, mas muitos precisam.
Esperamos que haja bom senso da Anvisa”, disse Christine Battistini,
acrescentando que existe comprovação da eficácia da lenalidomida que
provoca menos incômodo ao paciente. Segundo a organização, o remédio já é
aprovado em mais de 70 países, como os Estados Unidos, o Canadá e a
Europa.
De acordo com a presidenta, não há dados exatos sobre o número de
pessoas que sofrem da doença no país e quantos necessitam da
lenalidomida. Estima-se que 50 a 60 mil pacientes estão em tratamento. A
cada ano, surgem 15 a 17 mil novos casos no Brasil.
A Anvisa informou que três áreas técnicas diferentes já negaram o
registro do medicamento por não considera-lo seguro nem eficaz para o
paciente. No Brasil, um grupo de dez pessoas testa a medicação, quatro
apresentaram resultado positivo. O processo de registro continua em
tramitação na Vigilância Sanitária, mas sem prazo para conclusão.
O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que afeta as células
plasmáticas, encontradas na medula óssea. Os sintomas frequentes são
dores nos ossos, anemia, problemas renais e fraturas patológicas, além
de constantes infecções.