Sexta, 16 de setembro de 2011
Da Agência Senado
Ao comentar a marcha de prefeitos a Brasília, realizada nesta semana, em defesa da regulamentação da Emenda 29/2000
para assegurar mais recursos à área da saúde, o senador Roberto Requião
(PMDB-PR) afirmou, em Plenário, nesta sexta-feira (16), que a
manifestação não levaria a nada, porque a maioria dos recursos
arrecadados no país é destinada ao pagamento dos juros da dívida e não a
investimentos em áreas importantes.
- Mais uma
vez a mobilização em busca do milagre. Como se a regulamentação da
Emenda 29 fosse a panaceia universal para resolver os problemas da
saúde. Certamente não é por aí. Estamos tomando a rama pela floresta -
afirmou o senador
Em sua opinião, o problema
básico dos investimentos do Brasil hoje nos municípios, nos estados e na
União está na rigorosa e absoluta falta de recursos. Isso acontece,
segundo o senador, porque, embora haja uma arrecadação pesada, que vai a
até 35% do produto interno bruto (PIB), a maioria desses recursos é
destinada ao pagamento dos juros da dívida interna e da dívida externa.
-
Esses juros chegam a R$ 260 bilhões. Assim, a Federação é sacrificada
pelo financiamento da dívida e não tem capacidade para investir -
acentuou Requião.
Para o parlamentar, o Brasil
precisa de uma intervenção radical na raiz do problema que reside no
modelo econômico em vigor no país.
- A raiz do
problema está no modelo econômico que privilegia rentista, banqueiro e o
capital em detrimento do crescimento econômico nacional - afirmou o
senador pelo Paraná.
E sem capacidade para
investimento, segundo o senador, o Brasil acaba estimulando a inovação
tecnológica e o desenvolvimento de outros países, porque opta por
empréstimos a longo prazo com juros altos, na compra de produtos
fabricados nessas nações.
- Empregos lá e endividamento aqui, com impostos que já chegam a 40% da renda do brasileiro - assinalou o senador.