Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Faculdade baiana suspeita de superfaturar mensalidade de bolsistas do ProUni será investigada pelo MEC

Quarta, 25 de janeiro de 2012
Da Agência Brasil
Amanda Cieglinski, repórter da Agência Brasil
Após denúncia de que a Faculdade de Artes, Ciência e Tecnologia (Facet), de Salvador, cobrava mensalidade mais cara dos bolsistas do Programa Universidade para Todos (ProUni), o Ministério da Educação (MEC) fará uma investigação no local para apurar o caso. Reportagem publicada ontem (24) pelo Portal IGdenunciou que a Facet cobra valor diferenciado dos alunos que têm bolsa parcial do ProUni, que custeia metade da mensalidade. Enquanto para o público em geral a mensalidade do curso de direito era R$ 690, para os bolsistas subia para R$ 1,2 mil.
Na prática, segundo a denúncia, a instituição estaria cobrando dos bolsistas quase o mesmo valor de uma mensalidade integral e, ao mesmo tempo, receberia do governo as isenções fiscais previstas para as faculdades que fazem parte do programa.
A Facet já foi notificada e tem 48 horas para prestar esclarecimentos ao MEC. O ministro Aloizio Mercadante, que assumiu ontem o comando da pasta, também determinou que uma equipe da Secretaria de Ensino Superior do ministério vá até a faculdade baiana para verificar as práticas da administração em relação à cobrança de mensalidades de alunos beneficiados pelo ProUni e pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Se forem constatadas irregularidades, será aberto um processo administrativo e a Facet poderá ser excluída do programa de concessão de bolsas.
A Agência Brasil procurou a Facet, mas não obteve retorno da direção da instituição de ensino. Um comunicado divulgado na página da Facet na internet informa que o valor “real” da mensalidade é R$ 1,2 mil, estabelecido em contrato. Segundo a nota, “a política de convênios da Facet, tais como pagamento antecipado [sic], é que levou à interpretação equivocada”. De acordo com a instituição, o valor de R$ 690 é cobrado apenas dos alunos que optam pelo pagamento antecipado, uma espécie de desconto.
Em nota, o MEC informou que, caso haja descumprimento das regras, encaminhará as informações à Receita Federal “por se tratar de crime fiscal”.