Terça, 27 de março de 2012
Sessão solene comemorou ontem (26/3) na
Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) o Dia do Bibliotecário, ocasião
em que a diretora da Faculdade de Ciências da Informação e Documentação da
Universidade de Brasília (UnB), Elmira Simeão, afirmou que as bibliotecas estão
esquecidas pelo poder público.
Segundo a professora da UnB,
Brasília, que já foi pioneira e referência no Brasil em diversos projetos
ligados à área, corre o risco de perder essa condição, pois há carência de
investimentos públicos.
Na solenidade de ontem, e que
comemorou os 50 anos da profissão de bibliotecário, o deputado Agaciel Maia
(PTC) declarou que não adianta políticas públicas se não houver recursos, lembrando
que enquanto o orçamento do DF para 2012 é de R$28 bilhões, foram destinados para a
manutenção de bibliotecas apenas R$260 mil, e mais R$200 mil para a implantação
de unidades.
Não só o deputado Agaciel Maia,
mas principalmente aqueles que compõem a Mesa Diretora da Casa deveriam dar
uma passadinha na Biblioteca Paulo Bertran, a da CLDF. Com a inauguração do
novo prédio da Câmara, a Biblioteca foi instalada num espaço do terceiro andar.
Depois esse espaço, com o avanço de setores da administração, foi diminuindo,
ficando apertado.
Quando, ainda no ano passado, da
solenidade que deu à biblioteca da CLDF o nome do escritor brasiliense Paulo
Bertran, que, inclusive, comandou na Câmara o suplemento cultural “DF Letras”,
mais tarde transformada em revista, houve discursos e coquetel. Parecia que a
biblioteca sairia do ostracismo, e passaria a receber a atenção que merece. Mas
foi apenas uma solenidade. Depois da festa, dos docinhos e salgadinhos, tudo voltou ao que era.
Há muito a Câmara se mudou para o
novo prédio em frente ao Palácio do Buriti e ao lado do Tribunal de Justiça do
DF. Mas se alguém quiser pesquisar alguma obra na biblioteca vai ter que ficar
de “ladinho”. Não há mesas e cadeiras para quem lá vai tentar consultar alguma
coisa. Melhor, há sim. Três cadeiras e três mesas com gavetas e que impedem uma
postura corporal correta, uma vez que não é possível deixar as pernas e pés
sob a mesa. É como os servidores da CLDF falam: “Aqui só de ladinho”.
E olha que a promessa de que as
cadeiras e mesas estariam para chegar é muito velha. Velha de
mais. Promessas, apenas promessas.
As duas primeiras fotos mostram os dois pequenos ambientes onde sequer existem mesas e cadeiras para os usuários da biblioteca. A terceira imagem revela o desconforto que o usuário tem para realizar sua pesquisa.