Sexta, 9 de novembro de 2012
A Câmara Municipal de Curitiba aprovou na última
quarta-feira (07) o projeto de lei que proíbe o uso de materiais que
tenham em sua composição amianto. Caso aprovada, haverá um prazo de três
anos para que a lei passe a vigorar.
O amianto, que é uma fibra mineral utilizada em telhas, caixas
d’água, entre outros produtos, provoca a morte de 107 mil trabalhadores
por ano. Em decorrência da contaminação, que acontece pela via aérea, o
mineral provoca doenças como a asbestose – conhecida como “pulmão de
pedra”, em que o doente é levado à morte por asfixia – e o mesotelioma –
um tumor maligno, agressivo e letal na maioria dos casos.
No mês de agosto, em entrevista a Radioagência NP, o
ex-funcionário da Eternit do município de Osasco (SP), Eliezer João de
Souza, relatou os problemas de saúde que ele teve devido aos 13 anos em
que trabalhou em contato com o material. Souza passou por cirurgia para
retirar nódulos da pleura - uma membrana que envolve o pulmão.
Como presidente da Associação Brasileira de Expostos ao Amianto, ele ainda defende o banimento do mineral do mercado.
“O trabalho hoje contra o amianto é um trabalho preventivo, porque
geralmente quem já está contaminado, como no meu caso, eu não tenho mais
volta, eu posso morrer amanhã ou depois com uma outra doença, mas o
amianto vai comigo, está no meu corpo. Portanto, a luta é acabar com o
amianto antes que ele acabe com a futura geração.”
O amianto é considerado cancerígeno pela organização Mundial da Saúde
(OMS) desde 1977. Atualmente, cinco estados brasileiros proíbem a
utilização do amianto, mas a legislação federal permite o uso controlado
de um tipo do mineral.
Para a lei ser aprovada na capital paranaense depende da sanção do prefeito Luciano Ducci (PSB).
De São Paulo, da Radioagência NP, Daniele Silveira.