Sábado, 17 de novembro de 2012
Odiado por muitos, amado por outros tantos, Finkelstein é um intelectual que faz você pensar
Você pode achar que ele é radical em sua defesa da Palestina e dos
palestinos diante dos ataques de Israel. Você pode considerar que ele
mina os próprios argumentos com uma retórica demasiadamente explosiva.
Você pode supor que haja nele alguma coisa autodestrutiva. Você pode até
suspeitar que ele odeie a si próprio por ser judeu.
Você só não pode fazer uma coisa: ignorá-lo.
Finkelstein é um acadêmico e palestrante obcecado com a causa
palestina. Seus pais enfrentaram campos de concentração nazistas. A mãe,
segundo ele, jamais superou a experiência. “A conversa podia girar em
torno de petúnia, e de repente ela dizia que tinha enfim entendido algo
que ocorrera naqueles dias”, diz Finkelstein.
Mas Finkelstein acha que é melhor olhar para o presente do que para o
passado. Ele prefere falar da Palestina de agora a discorrer sobre o
Holocausto de décadas atrás. A idéia essencial de Finkelstein é que o
Holocausto — que ele não nega, evidentemente — é usado para justificar a
violência de Israel contra os palestinos. Essa tese o faz ser abominado
pela ala conservadora da comunidade judaica.
Em 2010, ele publicou um livro sobre as relações entre Israel e os
palestinos. O nome diz tudo: “Desta vez, fomos longe demais”.
Finkenstein se referia ao brutal ataque de Israel a Gaza em 2009. Não me
consta que o livro tenha sido lançado no Brasil, e é uma pena. O
capítulo 5 narra suas visitas a Gaza. “Para preservar o sentido de meu
propósito, e evitar que a luta palestina se torne para mim uma abstração
sem vida, periodicamente recarrego minhas baterias morais me
reconectando com as pessoas que vivem sob ocupação e testemunhando, ao
vivo, uma tragédia sem fim”, escreveu ele. Leia a íntegra