Domingo, 14 de dezembro de 2014
Da Agência Brasil
Edição: Armando Cardoso
O
verão começa no próximo dia 21. Durante a estação, com dias mais
quentes e maior exposição ao sol, os cuidados com a saúde,
principalmente com os olhos, devem aumentar. Os raios ultravioleta (UVB)
estão mais agressivos nesta época do ano, quando os riscos de
queimaduras, irritações na córnea e doenças infecciosas também são
maiores.
Segundo Marcus Sáfady, presidente da Sociedade
Brasileira de Oftalmologia, a exposição prolongada aos raios solares,
sem proteção adequada, pode acarretar a ceratite actínica e o pterígio.
"A ceratite actínica é uma inflamação na córnea, que costuma ocorrer em
pacientes expostos de 6 a 12 horas ao sol. Os sintomas são vermelhidão,
dor na região e sensação de areia. O tratamento é feito com aplicação de
soro fisiológico."
"
Já o pterígio, alteração na membrana que recobre o olho, é resultado de
anos de exposição ao sol e à poeira. A doença é caracterizada pelo
crescimento de uma massa vermelha na direção da córnea, causando
desconforto. Com os sintomas, deve-se procurar um oftalmologista para
indicação de colírio adequado e, nos casos mais graves, do procedimento
cirúrgico", salientou Sáfady.
Para evitar problemas com os olhos,
ele recomenda o uso de bonés e óculos escuros de qualidade, com
proteção contra radiação UVA e UVB que, em excesso, podem causar danos
irreversíveis. "O filtro UV protege a visão dos raios solares. As lentes
escuras de qualidade duvidosa são ainda mais perigosas, pois, ao
utilizá-las, a pupila do paciente dilata, permitindo a entrada de uma
quantidade maior de radiação. O uso prolongado dessas lentes pode causar
catarata", explicou.
A conjuntivite também é bastante comum no
verão, pois a bactéria transmissora se prolifera principalmente em altas
temperaturas. A inflamação, que tem os mesmos sintomas da ceratite
actínica, é contagiosa e causada, entre outros fatores, por água do mar
contaminada e excesso ou falta de cloro em piscinas. O tratamento é com
aplicação de água filtrada ou soro fisiológico. Recomenda-se evitar
locais com alta concentração de pessoas.
De acordo com o
presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, qualquer tratamento
deve ser prescrito por um oftalmologista. Ele acrescentou que
medicamentos, como pomadas e colírios, não devem ser utilizados sem
prescrição médica.