Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 28 de dezembro de 2014

O mais do mesmo

Domingo, 28 de dezembro de 2014
"A extinção do latifúndio virou ampliação do agronegócio e limitação da propriedade rural familiar. A limitação de remessa de lucros para o exterior transformou-se em demolição das barreiras fiscais que impediam o envio do produto da corrupção daqui de dentro lá para fora. O voto do analfabeto é cercado de tantos impedimentos que só tem diminuído, enquanto aumenta o número dos brasileiros que não sabem ler nem escrever. A participação dos empregados no lucro das empresas continua sonho de noite de verão. O estímulo ao crescimento da indústria nacional desapareceu, ao tempo em que murchou a influência dos sindicatos na formulação da política social e trabalhista. A proteção ao trabalho do menor deu lugar à multiplicação do número de crianças exploradas no campo e nas ruas das grandes cidades. A garantia do trabalho virou fumaça em prol das demissões amplas e irrestritas. Exportamos cada vez mais produtos primários do que importamos produtos estrangeiros de valor agregado sempre maior.
Acabamos de alinhar um programa do PSDB ou a cartilha neoliberal dos tempos de Fernando Henrique Cardoso? Nem pensar. A realidade acima referida é praticada pelo governo do PT. Os companheiros abandonaram as propostas do tempo da fundação de um partido que seria diferente dos demais. Importa menos saber se foi o Lula o primeiro responsável pela mudança ou se coube a Dilma consolidá-la. A verdade é que ambos cederam, se é que um dia imaginaram construir um país socialmente adiantado. Assim chegamos ao final do ano e do mandato inicial da presidente da República. Ironicamente, bafejada pelas urnas do mês de outubro. Por isso não houve a apresentação de um plano de metas, durante a campanha."
(Do artigo de Carlos Chagas, que você pode ler a íntegra clicando aqui)