Quarta, 10 de agosto de 2016
Vitor Abdala – da Agência Brasil
O
Ministério Público Federal (MPF) denunciou hoje (10) 11 pessoas à 7ª
Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro por crimes de lavagem de
dinheiro e falsidade ideológica. Eles são acusados pelo MPF de usar
empresas de fachada para emitir notas fiscais frias a grandes
construtoras, como a Andrade Gutierrez, durante as obras dos estádios da
Copa do Mundo de 2014, da Ferrovia Norte-Sul e do Complexo Petroquímico
do Rio de Janeiro (Comperj).
Um
dos denunciados pelo MPF, Samir Assad foi preso nesta manhã por agentes
da Polícia Federal, como parte da Operação Irmandade, comandada pelos
procuradores da Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. Ele é
acusado de 223 crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica,
além de organização criminosa. Os agentes da Operação Irmandade cumprem
ainda um mandado de busca e apreensão, em São Paulo. A Operação
Irmandade é um desdobramento da Operação Pripyat, em que foi investigado desvio milionário nas obras de Angra 3 da Eletronuclear.
Samir
é irmão de Adir Assad, que já estava preso e também foi denunciado. Os
dois são acusados de chefiar o núcleo financeiro operacional responsável
pelas empresas de fachada responsáveis pelo repasse das verbas
indevidas para a Andrade Gutierrez.
Denunciados
Outros
denunciados hoje foram Marcelo Abbud, que já havia sido preso junto com
Adir Assad, e Mauro Abbud. De acordo com o MPF, as empresas Legend
Engenheiros Associados, SP Terraplenagem, JSM Engenharia e Terraplenagem
e Alpha Taxi Aéreo Ltda usaram recibos falsos para abastecer o caixa 2
da Andrade Gutierrez em mais de R$ 176 milhões.
Também foram
denunciados Sandra Branco Malagó, Sonia Malagó e Raul Tadeu Figueroa,
acusados de ajudar na lavagem de dinheiro, assinando contratos e recibos
falsos pelas empresas de fachada. Os ex-executivos da Andrade Gutierrez
Rogério Nora de Sá, Clóvis Renato Numa Peixoto Primo, Flávio David
Barra e Gustavo Ribeiro de Andrade Botelho também foram denunciados.
Na
denúncia oferecida à Justiça, o MPF esclarece que a Andrade Gutierrez
está colaborando com as investigações e já apresentou provas da
materialidade dos crimes.