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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 20 de março de 2018

Acusar falsamente, não se desculpar e fugir das redes não fica bem para quem quer ser governador

Terça, 20 de março de 2018


Fraga e Bolsonaro fazem muito barulho, mas não terão os votos da maioria absoluta dos brasilienses e dos brasileiros nas próximas eleições.

Fraga sofreu enorme desgaste nos últimos dias ao postar informações falsas sobre a vereadora Marielle Franco, executada no Rio de Janeiro.

Do Portal ContextoExato
e http://heliodoyle.com.br/

Por
Hélio Doyle
O deputado Alberto Fraga, do DEM, diz que será candidato ao governo de Brasília. As apostas políticas, porém, são de que acabará sendo candidato ao Senado. Mas não se deve descartar a possibilidade de que irá mesmo é tentar a reeleição para a Câmara dos Deputados. É melhor garantir um mandato de deputado federal para os próximos quatro anos, ainda mais para quem tem processos em tramitação. Fraga não se elege governador e pode se eleger senador — mas não está garantido.

Fraga sofreu enorme desgaste nos últimos dias ao postar informações falsas sobre a vereadora Marielle Franco, executada no Rio de Janeiro. Sem procurar checar a veracidade do que estava reproduzindo e no seu tom habitual, preconceituoso e violento, Fraga cometeu a indignidade de fazer acusações mentirosas a uma mulher assassinada brutalmente. Para piorar o que já estava ruim, Fraga reconheceu que errou mas não pediu desculpas, e cancelou suas contas nas redes sociais — nas quais estava sendo bombardeado e agora é chamado de covarde. Nada bom para qualquer pessoa, ainda mais para quem quer ser governador.

Fraga, coronel da PM, é o típico político que tem muitos votos, mas não o suficiente — 50,01% dos votos válidos — para se eleger governador. Dependendo do número de candidatos, pode se eleger senador com seu teto de votos, que dificilmente passa dos 20%. Mas correrá risco, ainda mais com sua propensão de falar e fazer bobagens.

O eleitorado de Fraga tem a mesma composição básica do de Jair Bolsonaro: é a direita radical, homofóbica, conservadora e adepta de métodos violentos para combater a criminalidade e, por extensão, para derrotar adversários políticos e ideológicos. A direita e os conservadores moderados e democráticos terão outras opções, mais “civilizadas”, em outubro.

Fraga e Bolsonaro fazem muito barulho, mas não terão os votos da maioria absoluta dos brasilienses e dos brasileiros nas próximas eleições.