Sábado, 3 de março de 2018
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Em 2015 uma composição do metrô parou na via e centenas de passageiros saíram caminhando pela ferrovia, antes que fosse desligada a energia de 750 V C/C. Preocupados, dois especialistas em transporte que já haviam trabalhado no metrô procuraram o governador Rodrigo Rollemberg e o alertaram para o risco da situação, pois poderia ter havido muitos mortos. Rollemberg pediu que eles conversassem com o presidente da Companhia do Metropolitano, Marcelo Dourado, que os recebeu. Nessa reunião e posteriormente em uma carta, eles mostraram a Dourado, ponto a ponto e em linguagem técnica, problemas que viam no metrô. “Não pode o GDF esperar uma catástrofe de imensas proporções”, avisaram.
Na avaliação desses técnicos, o metrô passava por uma crise extrema que exigia ações rápidas e profundas. O sistema, velho e tecnologicamente obsoleto, tinha de ser imediatamente recuperado e revitalizado. Isso foi em 2015, e de lá para cá praticamente nada foi feito, a não ser algumas ações pontuais. Por várias outras vezes o governador foi alertado, mas nada acontecia. Agora, depois do descarrilamento, já se noticia que o metrô de Brasília tem a média de um problema no funcionamento a cada cinco dias.
É normal que a operação do metrô seja altamente deficitária e por isso subsidiada pelos cofres públicos, e é notório que o Estado tem baixíssima capacidade para investir no sistema. Mas é exatamente isso que deveria fazer o governo realizar um diagnóstico técnico profundo e qualificado sobre o metrô, levantando os problemas reais e a partir daí propondo soluções viáveis para assegurar não só o seu bom funcionamento, com eficiência, conforto e segurança, como também o aumento da demanda — que, certamente, não será estendendo a linha em Samambaia, como equivocadamente vai fazer a atual gestão.
O atual governo teve três anos para cuidar do metrô, mas se omitiu, aceitou “soluções” simplistas e corporativistas e deixou que a situação, que já era muito ruim, piorasse. Muitas promessas foram feitas, quase nada se realizou. Felizmente, nos dois incidentes mais graves, não houve vítimas.