Pedra do Bendengó antes do incêndio do Museu da República. Uma sobrevivente "sertaneja".
Pedra do Bendegó: cruzou o espaço sideral. Não derreteu e nem virou pó ao entrar na atmosfera da Terra. Como uma sertaneja — e no caso, caída dos Céus— era "antes de tudo forte". Foi triunfante e saudada ao ser transportada por 84 quilômetros de estrada rasgada no chão da caatinga entre os municípios baianos de Monte Santo e Itiúba. Estrada rasgada para que o meteorito de Bendengó pudesse chegar à linha de trem.
Foto: internet. A dura "caminhada" de Monte Santo à Itiúba.
Neste município de Itiúba foi embarcada na localidade de Jacurici (mais tarde distrito do município) em um trem da VFFLB, Viação Férrea Federal Leste Brasileiro, ainda nos tempos da Maria Fumaça, com destino ao Rio de Janeiro. Era o ano da Graça de 1888. No Rio, chegou triunfante e sob a curiosidade do povo e até mesmo do imperador Dom Pedro II.
Se não fosse uma forte, uma "sertaneja" forte, não teria resistido à omissão dos governantes na sua última morada, o incendiado Museu da República, no Rio de Janeiro. Imagine! Sair das queridas e sagradas terras de Monte Santo e Itiúba, para morrer no fogo provocado pela incúria, pela omissão, pela insensatez dos governantes brasileiros. Estropiada, sim. Mas ainda inteira.
E viva a Pedra do Bendengó! Que resista ainda a milhões e milhões de séculos.
Sertaneja forte! Imponente! Mesmo no caos provocado pelos (des)governantes.
Abaixo, um imagem retirada do livro "Itiúba e os Roteiros do Padre Severo (História - Geografia - Riquezas Naturais - Ecologia - Cultura - Administração)", uma preciosidade publicada em 1987 por Robério Azerêdo, geógrafo do IBGE, e filho da terrinha. Da minha querida aldeia Itiúba.
Clique na imagem abaixo para ampliá-la e ler um pouquinho a mais sobre esta sertaneja do espaço sideral
