terça-feira, 18 de setembro de 2018
Por
HELIO FERNANDES*
Poucos estão percebendo, mas o general que passou para a reserva, por ter defendido a intervenção militar, assumiu o comando da campanha presidencial. È o segundo de Bolsonaro, mas se movimenta intensamente como o primeiro dele mesmo. Estranhamente nomeado presidente do histórico Clube Militar, usa, abusa e utiliza essa posição para conquistar espaço, dentro e fora do circulo militar.
Dois pontos que considera importantíssimos para a sua predominância, e a substituição do Bolsonaro. Não esconde que o Brasil precisa de uma nova Constituição. Mas afirma sem qualquer hesitação, que não pode ser votada e promulgada pelo povo, diretamente. Ou pelo Congresso. Sua formula vem sendo divulgada com insistência.
Os personagens que redigirão essa constituinte, serão nomeados pelo presidente eleito. E a nova Constituição será referendada e ratificada, pelo novo presidente. Ele mesmo, no seu entendimento e apreciação. Como presidente poderá vetar ou acrescentar qualquer coisa, será presidente com todos os Poderes.
O segundo ponto que considera fundamental: ser candidato eleito com total apoio militar. Aí, encontra forte resistência de um grupo que não admite que um general de brigada recente, se transforme em presidente da Republica, sem voto, sem povo, sem urna, uma nova espécie de Temer, usurpador. Mas temos que reconhecer: militares empedernidos, surrealistas e revoltados contra os civis, preferem continuar apoiando Bolsonaro, apesar dele ser capitão da reserva, ficou no quartel um tempo mínimo.
A grande preocupação do general Mourão: sua chapa tem que ser vitoriosa no primeiro turno. E com uma votação cada vez maior. Ele adoraria obter maioria absoluta, (50 por cento mais 1 voto) mas sabe que isso é impossível. No entanto tem muita esperança numa votação que chegue ou ultrapasse, mesmo ligeiramente os 30 por cento.
Conseguido isso, do dia 7 de outubro, até antes do dia 28, tentará de todas as maneiras eliminar o segundo turno. Não ganha de ninguém, tem certeza de que assumirá, espalha desde já, "Bolsonaro não terá condições físicas para assumir a presidência". Então ele assumirá, tudo isso é rigorosamente verdadeiro, embora com a total falta de credibilidade dos dois.
PS- Alguém (vários) tentou lembrar a ele, a pretensão e ambição do coronel Passarinho, que tentou ser presidente, até mesmo no AI-5 de 1968. Não conseguiu por ser coronel da reserva.
PS2- Mourão, tranqüilo, responde: "Eu sou general e presidente do Clube Militar".
PS3- Eles são capazes de tudo. 2 milhões e 200 mil mulheres, fizeram manifestação contra o voto em Bolsonaro e Mourão.
PS4- Eles modificaram criminosamente a frase, que passou a ser "favorável" a Bolsonaro e Mourão.
PS5- Isso é crime, ninguém foi punido.
*Matéria pode ser republicada com citação do autor.
Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa.