Terça, 30 de julho de 2019
Por
Helio Fernandes*
Não eram favoritos nas pesquisas, surpreenderam o mundo com a vitória. Nos EUA, Hilary Clinton era apresentada por comentaristas famosos e respeitados, como tendo 99% de chance de vencer. Perdeu. Nem Trump acreditava na vitória, usou e abusou de promessas arriscadas.
A mais surrealista, em duas fases, textuais: "Vou construir um muro separando e impedindo a entrada de mexicanos, que PAGARÃO a obra". Quase terminando o mandato e candidato à reeleição, usou o tempo todo para apresentar o muro, como grande objetivo, preocupação e exigência nacional. Foi sendo preterido e derrotado.
Agora, na Suprema Corte, vislumbrou a possibilidade, (nada mais do que possibilidade eventual) de construir o muro. Pelos invioláveis e repetidos 5 a 4, pode utilizar o equivalente a 10 bilhões de reais do orçamento.
Realidade indestrutível: o México não pagará coisa alguma, mesmo que o muro surja num ainda invisível segundo mandato.
Bolsonaro também se fixou em garantias futuras: "Não disputarei a reeleição e tentarei acabar com ela para sempre". 3 anos e meio antes de terminar seu primeiro mandato, já é candidatíssimo ao segundo. Mesmo se submetendo a atuação e participação ultrajantes.
PS- Pesquisa publicada anteontem: 39 por cento responderam: "Até agora, o presidente não FEZ NADA".
PS2- Essa reprovação é maioria espantosa mas não surpreendente.
PS3- Os reticentes que podem ser apontados a seu favor são mínimos. E tem até quem elogiou pelo fato de "ter acabado com o horário de verão".
O DESPENHADEIRO QUE AMEAÇA A PETROBRAS
Desde que Monteiro Lobato teve que sair do Brasil, ameaçado pelo fato de lutar para que reconhecessem, "existe petróleo no Brasil". E os EUA negavam abertamente, com uma campanha intitulada traidoramente, "não há petróleo no Brasil".
E do Clube Militar, depois de reuniões memoráveis, surgia o brado retumbante que emocionou o pais, "o petróleo é nosso". A partir dessas duas realidades, o futuro baseado no petróleo, ficou totalmente ameaçado. E quando o Brasil, com a descoberta do pré-sal, se transformou em potência mundial no assunto, a empresa não teve mais tranquilidade.
Tentaram tudo, até mesmo a tentativa de destruição pelo que foi chamado aqui, de "roubalheira das empreiteiras". A empresa, oficialmente perdeu patrimônio avaliado em 92 BILHÕES. E reconhecem como grande e inédita façanha, a"devolução de 3 BILHÕES". Pouco mais de 2 por cento do ROUBO.
Agora o grande perigo para a Petrobras, (e logicamente para o país) é arquitetado, coordenado e executado de dentro da empresa. Receberam 8 bilhões de reais para ceder o controle da importante Distribuidora, poderosa e uma das maiores do mundo. Festejaram indevidamente.
É apenas um setor, guardemos forças para um combate maior, rigorosamente destruidor, que vou denunciar com exclusividade. DENÚNCIA que escrevo com tristeza, lamento, tentando impedir, sabendo que é uma tragédia, e que, consumada, será futuro desperdiçado e irrecuperável.
O fato: estão organizando (leiam,TRAMANDO) leilão de partes COLOSSAIS do Pré-Sal. (Essa palavra COLOSSAL é usada, em reuniões dos que cuidam do famigerado leilão, que pode ser realizado nos próximos 3 meses). Duas JUSTIFICATIVAS internas para o leilão.
1- A própria Petrobras pode participar do leilão, como compradora.
2- Usam, e não pela primeira vez: "As reservas do Pré-Sal, fantásticas, durarão para sempre".
PS- Pela primeira vez em mais de 80 anos de jornalismo, dou uma noticia ESPERANDO e AGRADECENDO se for desmentido.
HOJE, GLENN GREENWALD NA ABI
Será às 6 e meia da tarde, ele fará conferência-resposta aos disparatados ataques de Bolsonaro. A nova diretoria da ABI, convocando e patrocinando essa manifestação ampla e exuberante, quer mostrar que foi eleita com grande margem, nada a ver com o fracasso da "administração" domingos Meirelles.
Compareçam em massa, é a festa da DEMOCRACIA.
GLENN GREENWALD NA ABI (2)
Escrevi com antecedência a respeito da conferência-discurso-protesto-resposta do jornalista ao capitão Bolsonaro, que o agrediu e insultou, sórdida e fortemente. E que falará na ex-gloriosa representação jornalística. Como Bolsonaro tinha 24 horas à disposição, mandou investigar o jornalista.
Para ele, tempo suficiente e impedir que ele se defenda das absurdas acusações sofridas. Bolsonaro não pode fazer isso, está preocupado. Não com o país mas com ele mesmo. Motivo: às 17 horas também desta terça, haverá manifestação contra ele, por muitas e conhecidas razões.
PS— Na Cinelândia, concentração Nacional de famosos protestos, distante da ABI não mais de 300 metros.
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*Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa. Matéria pode ser republicada com citação do autor.
