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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Português António Guterres foi reeleito hoje (18/6) para segundo mandato no comando das Nações Unidas

Sexta, 18 de junho de 2021

Da ONU Brasil

  • Reeleito para um segundo mandato à frente das Nações Unidas, o secretário-geral António Guterres reconhece que os desafios a serem enfrentados são enormes, mas que estamos diante de uma nova era.
  • Para ele, a equidade deve começar agora e as vacinas contra a COVID-19 têm que estar disponíveis para todos, tanto nos países desenvolvidos como nas nações em desenvolvimento.
  • Diante do aumento das taxas de pobreza no mundo, Guterres lembra que 55% da população mundial não têm qualquer proteção social e que 114 milhões de empregos foram perdidos. 
  • Ele considera a COVID-19 uma das maiores ameaças já enfrentadas desde a criação da ONU, e convida a sociedade civil, o setor privado e os jovens a um multilateralismo mais inclusivo, interconectado e efetivo.
Para Guterres, a crise da COVID-19 é uma das maiores ameaças já enfrentadas desde a criação da ONU

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, foi reeleito nesta sexta-feira (18) para um segundo mandato à frente da organização. Em seu discurso, ele definiu a si mesmo como um multilateralista comprometido, mas também um português orgulhoso. Um dos principais tópicos abordados foram os desafios enfrentados para a distribuição equitativa de vacinas durante a pandemia de COVID-19.

Esperança - O secretário-geral reeleito afirma que o mundo está numa encruzilhada e que as escolhas feitas agora terão consequências. Para ele, os paradigmas estão mudando, e os velhos dogmas ortodoxos estão sendo sacudidos. Mas, segundo ele, o mundo tem motivos para esperança. A pandemia expôs vulnerabilidades e a necessidade de ação coletiva, além da urgência da união para a construção de um futuro melhor para todos. Guterres prometeu fazer todo o possível num segundo mandato para contribuir para um cenário positivo e de conquistas.

Ao falar em francês, em parte do discurso, ele lembrou que o mundo atravessou uma pandemia que continua a espalhar grande sofrimento com milhões de famílias perdendo entes queridos. Para Guterres, a crise da COVID-19 é uma das maiores ameaças já enfrentadas desde a criação das Nações Unidas.


Taxas de pobreza - Mais de 55% da população mundial não têm qualquer proteção social e 114 milhões de empregos foram perdidos e pela primeira vez, em 20 anos, as taxas de pobreza podem subir em todo o globo.

O secretário-geral também comentou as mudanças na forma de trabalho da organização, que se transferiu para um modelo remoto de produção sem perda de tempo.

Guterres contou que está confiante de que a ONU conseguirá enfrentar os desafios adiante por três razões: primeiro, o incrível compromisso que ele tem testemunhado por parte dos colegas da ONU que trabalham incansavelmente em todo mundo. Em segundo lugar, ele afirma que apesar de todas as diferenças e divisões no mundo, foi possível alcançar consenso e aprovar soluções para problemas comuns. Por último, Guterres lembrou que a ONU alcançou um processo importante de reforma nas áreas de desenvolvimento, gerenciamento, assim como paz e segurança.

Crise atual - Para o secretário-geral reeleito, a reforma equipou a organização para enfrentar a crise atual, mas é preciso continuar melhorando como a norma da casa. Guterres descreveu o momento como o de uma “Nações Unidas 2.0”, que acelere a transformação por meio de um quinteto de mudanças nos próximos anos: melhores dados, análise e comunicação, inovação e transformação digital, estratégia e uma performance mais forte orientada para resultados. Ele também diz que a cultura do trabalho precisa reduzir o que chamou de “burocracia desnecessária”, que simplifique e melhore a cooperação.

António Guterres lembrou que a Declaração ONU 75 reforça a necessidade de manter os valores da Carta da ONU vivos. Para ele, é preciso trazer mais pessoas para a mesa como a sociedade civil, cidades, o setor privado e os jovens para apenas citar algumas vozes que têm que ser ouvidas no contexto da verdadeira igualdade de gênero.

Multilateralismo - Ao discursar em espanhol, ele afirmou que é preciso promover um multilateralismo mais inclusivo, interconectado e efetivo. O Chamado para Ação para os Direitos Humanos seguirá sendo um guia importante para mudanças de governança e melhor gerenciamento.

Para o secretário-geral, a proposta não é idealista, tampouco utópica, mas baseada em uma história de grandes transformações.