Quarta, 18 de agosto de 2021
As contratadas são as empresas DOMED e OATI, que deveriam ofertar além de leitos, insumos e equipamentos necessários para os cuidados intensivos dos pacientes com COVID. As empresas também eram responsáveis pela contratação de mão de obra qualificada.
Fatos dessa natureza já não nos surpreendem, afinal, as buscas e apreensões tornaram-se rotineiras neste governo, que já teve muitos dos seus dirigentes com prisões decretadas. Mais que abuso de poder, trata-se de uma afronta aos cofres públicos, pois representa a falta de compromisso do governador, que criticou durante a campanha de 2018, o modelo do Instituto Hospital de Base (IHB), com argumentos de falta de transparência, compras malfeitas, gastos elevados, altos salários do corpo dirigente, contratações temporárias, regime precário e comissionamentos irregulares. O que mudou?
O que assistimos é um ato insano do governo em privatizar o Sistema Único de Saúde no DF em plena luz do dia e com requintes de perversidade para com a população que o elegeu. E mais grave, sob os olhos vendados da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Qual seria a saída para tamanha crise que coloca em risco a saúde e a vida de milhares de pessoas? Não é apenas reagir aos fatos sempre de caráter urgente, no apagar das luzes, mas sim mostrar à população que esse governo não tem compromisso com o SUS, não sabe sequer seu valor, logo, não governa, desmantela a Secretaria de Saúde, e, junto com ela, o fim agonizante do SUS. O governador precisa se explicar à população!
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*Enfermeira Sanitarista. Professora associada da Universidade de Brasília.