Quinta, 4 de maio de 2023
Focada na área que era usada pelo Clube do Congresso – contígua, mas não integrante ao Parque -, a proposta atual da Terracap divide a ponta da Península Norte em duas. A metade que olha para o Norte permaneceria sendo o Parque das Garças e na metade que olha pro Plano Piloto, cinco lotes comerciais e de serviços seriam constituídos. Esse é um dos principais óbices apontados pelos moradores. Foto: @parquedasgarcas
Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Chico Sant’Anna
A convocação de uma audiência pública para analisar o loteamento de uma área no Lago Norte, entre o Clube do Congresso e o Parque das Garças, foi o suficiente para incendiar a pacata comunidade do Lago Norte. A reação comunitária, capitaneada pela prefeitura, já conseguiu que o GDF suspendesse temporariamente a realização da audiência, prevista para o dia 16 de maio. O desejo oficial de parcelar a área permanece, contudo. As autoridades entendem que essa é uma forma de indenizar a Terracap, que era dona da área do Parque das Garças. O local, diz o governo, consistia no Polo 1, do Projeto Orla, criado no governo de Cristovam Buarque. Seria uma espécie de “Pontão Norte”, semelhante ao Pontão do Lago Sul.
No governo de Rodrigo Rollemberg, após a decisão judicial de desocupação da orla do Lago Paranoá, invadida por proprietários de residências, o GDF contratou, via concurso público, um projeto de plano de uso e ocupação de toda a orla. A ideia para o Polo 1, do chamado Masterplan para a Orla do Lago Paranoá, mostrava-se, pelo menos no croqui, mais bucólica e idilica do que a atual, proposta pelo GDF. Pelo Masterplan, o Polo 1, localizado na ponta da Península Norte, coabitaria com o Parque Ecológico das Garças. Ali seriam criadas duas praias artificiais, instalar-se ia uma trapiche avançando sobre o espelho d’água, pequeno comércio, e seria permitido o funcionamento de escola da vela, área para atividades culturais e recreativas.