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(Millôr Fernandes)

terça-feira, 31 de outubro de 2023

Por que parou, parou por que? – a novela da Escola Classe 59

Terça, 31 de outubro de 2023
EC 29 Ceilândia Foto de Tony de Oliveira-Agência Brasília

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Há sete anos, a comunidade da Ceilândia espera ter de volta a Escola Classe 59, interditada em 2016 por risco de desabar. A obra atrasou a começar, foi paralisada em 2022 (foto) por irregularidades na sua execução, retomada e, agora, TCU e GDF divergem sobre o estado dela: esta paralisada ou em andamento? Foto de Tony de Oliveira/Agência Brasília.

Por Chico Sant’Anna

O hit Por Que Parou, Parou Por Que?, de Moraes Moreira bem que poderia ser a melô da Escola Classe 59 de Ceilândia, cuja reconstrução se arrasta há sete anos. E agora, ela é alvo de discrepância de informações entre o Tribunal de Contas da União – TCU e o Governo do Distrito Federal. O TCU acaba de lançar uma ferramenta na qual os cidadãos podem acompanhar o andamento de obras custeadas com recursos federais. São obras sob execução dos governos locais, ou federal, mas segmentadas geograficamente. Aqui em Brasília, a reconstrução de uma escola na Ceilândia gera divergência entre o que diz o TCU e o GDF. Para o Tribunal, a obra está parada, para o Buriti, ela está andando normalmente. Indagados sobre a razão das discrepâncias, o GDF não se posicionou e o TCU disse que essas eram as informações oficiais do Ministério da Educação.

Consta na tabela do TCU que para a reforma da Escola Classe 59 de Ceilândia, localizada na Área Especial 2, Guariroba, o governo federal alocou ao GDF R$ 6.089.958,68. A obra estaria paralisada, com pouco mais de dez por cento de sua execução. Já a secretaria de Educação do DF nega. Informou à coluna que as obras de reconstrução da Escola Classe 59 estão em andamento, que já foram executados 25% e que serão quatorze salas de aula, com capacidade para 840 alunos do 1ª ao 5ª ano do Ensino Fundamental nos dois turnos.

Novela

A história dessa unidade de ensino lembra novela mexicana. Em 2016, a Justiça mandou interditar o colégio. A defesa civil o condenou por risco de desabamento. As instalações originais datavam de setembro de 1989. Fiações expostas, goteiras, vazamentos de gás, estruturas metálicas se desprendendo do teto, alagamentos, infestação de ratos, dentre outras mazelas, faziam parte do cotidiano dos alunos.