Segunda, 26 de agosto de 2024
Apresentando os piores indicadores do ensino no Brasil, notadamente no ensino médio, o Governo do Distrito Federal colhe o abandono e gestão precária da Educação Pública no Distrito Federal. Foto de Renato Araújo/Agência Brasília.
Por Chico Sant’Anna
A educação pública mantida pelo governo do Distrito Federal foi reprovada. Não dá nem pra dizer que ficou em recuperação, pois as notas foram muito baixas. Mais baixas até do que as de outros Estados, onde a verba da Educação é menor do que em Brasília e que não contam com reforços orçamentários, como o Fundo Constitucional do DF, que só esse ano destinou R$ 5,5 bilhões para a Educação Candanga. Só esse repasse federal extra – sem computar o que o GDF investe de recursos próprios – representa 57% de toda verba destinada a Educação no Ceará, Estado que classificou quatro escolas públicas entre as dez melhores do Brasil.
Nesse ano de 2024, Goiás (4,8), com um orçamento geral de R$ 39,94 bilhões, sendo 14,52 % pra Educação; ficou em primeiro lugar no ranking das escolas de nível médio. Já o Ceará (4,4), R$ 37,3 bilhões, 25,8% pra Educação; teve a quarta maior nota, atrás de Goiás, Espirito Santo e Paraná (4,7) e Pernambuco (4,5). Todas essas unidades da Federação possuem orçamentos gerais bem menos recursos recheados do que os R$ 61,1 bilhões do GDF, alocados pela gestão Ibaneis Rocha (MDB) para esse ano de 2024. Desse total, além dos R$ 5,5 bilhões repassados pela União via FCDF, o GDF destinou de recursos próprios à Educação, apenas 10%, R$ 6,1 bilhões, conta de gorjeta.
Na matemática da Educação, esses cinco estados parecem demonstrar que são bem mais competentes do que o DF. Sabem multiplicar e até potencializar os recursos, melhor do que a equipe de Ibaneis, que por sinal não parou de ser trocada ao longo desses seis anos de gestão. E esses estados ainda contam ao seu desfavor com amplitudes territoriais bem maiores do que o quadradinho do DF. Além de maiores, seus territórios contam com muitos pequenos munícipios, muitos vivenciando desafios como a seca e índices de desenvolvimento humano inferiores ao de Brasília.