Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Papai Noel existe

Quinta, 20 de dezembro de 2018

Papai Noel existe

Por Gilvan Rocha*
É claro que o “bom” velhinho existe para as crianças ricas, crianças da classe média e filhos de alguns poucos assalariados. Para a multidão de pobres e miseráveis, o Papai Noel não passa de um velhinho faltoso, que povoa o imaginário dessas crianças, filhas dos despossuídos. Para esses, tudo termina numa tremenda frustração. Essa realidade é lamentável, muito dolorosa.

Temos que convir, o capitalismo é assim mesmo, bom para uns poucos e razoável para um punhadinho de aquinhoados. Para o resto da população, para o povão, o máximo que ele pode reservar é o menos ruim. Assim é que lutamos por transporte menos ruim, moradia menos ruim, escola menos ruim, hospital menos ruim, salário menos ruim... O bom mesmo fica restrito, como já dissemos, à burguesia e alguns setores da classe média.

Por outro lado, Papai Noel existe sim, não só como fantasia e, sim, como um grande vendedor, que traz lucros para os comerciantes de plantão. Essa é nossa dura realidade e devemos nos empenhar em transformá-la.


*Morto em 26/12/2014

sábado, 24 de dezembro de 2016

Papai Noel existe

Sábado, 24 de dezembro de 2016
Texto publicado pelo Gama Livre em 24 de dezembro de 2015. Ainda mais atual, agora em 2016.


Quinta, 24 de dezembro de 2015
Por Gilvan Rocha*
É claro que o “bom” velhinho existe para as crianças ricas, crianças da classe média e filhos de poucos assalariados. Para a multidão de pobres e miseráveis o Papai Noel não passa de um velhinho cruel que povoa o imaginário dessas crianças. Porém tudo termina numa tremenda frustração. Só temos que lamentar. O capitalismo é assim mesmo, bom para uns poucos e razoável para um punhadinho de aquinhoados. Para o resto da população, para o povão o máximo que ele pode reservar é o menos ruim. Transporte menos ruim, moradia menos ruim, escola menos ruim, hospital menos ruim, salário menos ruim...O bom mesmo fica restrito, como já dissemos, à burguesia e setores da classe média. Por outro lado, Papel Noel existe sim, não só como fantasia e sim como um grande vendedor que trás lucros para os comerciantes de plantão.

*Gilvan Rocha morreu em 2015
Fonte: http://gilvanrocha.blogspot.com.br/

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Papai Noel existe

Quinta, 24 de dezembro de 2015
Por Gilvan Rocha*
É claro que o “bom” velhinho existe para as crianças ricas, crianças da classe média e filhos de poucos assalariados. Para a multidão de pobres e miseráveis o Papai Noel não passa de um velhinho cruel que povoa o imaginário dessas crianças. Porém tudo termina numa tremenda frustração. Só temos que lamentar. O capitalismo é assim mesmo, bom para uns poucos e razoável para um punhadinho de aquinhoados. Para o resto da população, para o povão o máximo que ele pode reservar é o menos ruim. Transporte menos ruim, moradia menos ruim, escola menos ruim, hospital menos ruim, salário menos ruim...O bom mesmo fica restrito, como já dissemos, à burguesia e setores da classe média. Por outro lado, Papel Noel existe sim, não só como fantasia e sim como um grande vendedor que trás lucros para os comerciantes de plantão.

*Gilvan Rocha morreu em 2015
Fonte: http://gilvanrocha.blogspot.com.br/

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Enganadores

Quinta, 23 de outubro de 2014
Por Gilvan Rocha
Que as redes de rádio e televisão, e a grande mídia escrita se empenhem em enganar o povo não nos assusta, pois esses meios (mídias) têm, por dever de ofício, o papel de mentir, distorcer, fantasiar. Causa-nos, entretanto, forte indignação quando assistimos grupos, movimentos, partidos rotulados de esquerda, se empenharem na triste missão de semear e acalentar mentiras, lendas e fantasias.
       Supor que o PT no governo foi um avanço é, no mínimo, uma grave miopia política. O PT no governo engessou as centrais sindicais e estudantis, enquanto transformou um programa de socorro aos miseráveis, através do Bolsa-Família, em um imenso colégio eleitoral.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Derrotar o PT

Terça, 2 de setembro de 2014
Por Gilvan Rocha
Falso, completamente falso, é pretender que exista, no Brasil, uma disputa entre dois projetos. Um deles seria de direita, pretensamente neoliberal, representado por figuras como FHC e José Serra. O outro projeto, esse de “esquerda”, de caráter nacional-desenvolvimentista, seria levado a cabo por políticos da estatura de Lula da Silva, do presidiário José Dirceu, de Sarney, Barbalho, Renan Calheiros, Maluf, Collor, Michel Temer, e outras figuras carimbadas do fisiologismo e da corrupção.
Fonte: gilvanrocha.blogspot.com.br

quinta-feira, 19 de junho de 2014

CPI da Petrobras

Quinta, 19 de junho de 2014
Quando da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT), e nós estávamos lá, se dizia que ele seria um partido diferente. Não demorou muito e começou a aparecer os escândalos: O assassinato de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André; a morte de Toninho, em Campinas; dólares na cueca e o mensalão.
Quanto ao mensalão, o sr. Lula disse que fora traído. Depois, declarou que se tratava do “caixa dois” e isso todos os partidos faziam. Mas o PT não seria diferente? Não bastasse a sucessão de má conduta, o PT levou muito a sério o slogan: “O petróleo é nosso”. Isto é, nosso queria dizer: deles. Assim sendo, seguiram-se as atitudes ilícitas e duvidosas no gerenciamento da chamada maior empresa do Brasil: a PETROBRÁS.

sábado, 26 de abril de 2014

"O petróleo é nosso”

Sábado, 26 de abril de 2014
Por Gilvan Rocha

As terras da pátria são do patrão; as fábricas da pátria são do patrão; as minas da pátria são do patrão; os bancos da pátria são do patrão; o grande comércio da pátria é do patrão. Isso nos leva a concluir que a pátria é, antes de tudo, do patrão. Mas, espertamente, os patrões, no caso, a burguesia, semeia a ideia de que “o Brasil é um país de todos”; diz, descaradamente, que o Banco do Brasil é do Antônio, do Pedro, da Maria... Em outras palavras, é do interesse da burguesia que tenhamos o sentimento patriótico, pois esse sentimento serve muito bem aos interesses deles e, para isso, não deixam de cantar que “nosso céu tem mais estrelas, nossas várzeas têm mais flores, nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores”.

Uma das lorotas dessa infame campanha patriótica veio à luz através da luta em torno do “Petróleo é Nosso”, quando, na verdade, todas as riquezas estão em mãos da burguesia. Por ingenuidade e desinformação, o povo despossuído acreditou na veracidade dessa campanha. Mas, quem levou a sério, e muito a sério, a ideia de que o petróleo é “nosso” foi o PT, que, durante sua gestão, permitiu o definhamento da Petrobrás e o exercício de atos considerados ilícitos. Em função disso tramita, no Congresso, a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os fatos e o PT se movimenta para desfigurar a investigação, incluindo os escândalos relacionados aos governos de São Paulo e de Pernambuco, criando o seguinte clima: Caso vocês queiram pôr a nu as nossas falcatruas, nos empenharemos em desnudar vossas maracutaias.

Por si só, essa conduta merece nossa rejeição, pois calcada na chantagem que possibilite a impunidade para ambas as partes, quer dizer, para os petistas e os tucanos; ou melhor, para os petralhas e os tucanalhas.

Lembramos o fato de que o PT, quando se lançou como um Partido dos Trabalhadores, se propunha em ser uma agremiação diferente; porém, ao invés de defender os interesses históricos da classe laborial, cultiva uma estreita intimidade com políticos da estirpe de Michel Temer, José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Regis Jucá, Paulo Maluf, Collor de Melo e outras figurinhas carimbadas do fisiologismo.

Fonte:  http://gilvanrocha.blogspot.com.br/

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Canalhas por canalhas

Quarta, 16 de abril de 2014
Por Gilvan Rocha*
A esquerda direitosa, linha auxiliar de sustentação do capitalismo nesses últimos 90 anos, procura, hoje, no Brasil, nos induzir a erros políticos. Procuram dizer que existem em disputa, dois projetos. O Primeiro seria o neoliberalismo, encampado pelo PSDB, DEM e PPS. Esses partidos seriam a direita e, suas figuras maiores seriam Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves. Enquanto isso, o segundo grupo político teria, como projeto, o nacional-desenvolvimentismo, respaldado, teoricamente, nas postulações do sr. Celso Furtado. Esse segundo segmento estaria representado, essencialmente, pelo PT, PCdoB, PSB e, em uma estranha composição, também pelo PMDB fisiológico de Michel Temer e sua turma. Esse estranho conglomerado político representaria a esquerda no Brasil. Complicando mais ainda, temos nesse campo a presença de partidos fisiológicos, cuja figura emblemática seria Paulo Maluf, expressão maior da corrupção, mas hoje irmanado com essa dita esquerda.
Ora, aos verdadeiros socialistas, pouco interessa se enredar nesse falso dilema, pois a sua intenção não se limita aos estreitos limites dessas disputas, uma vez que o seu projeto é o da superação do capitalismo, através da ruptura com a ordem vigente.
Disse um certo intelectual da esquerda direitosa, ostentando seus títulos acadêmicos, que era preciso levar a candidatura do PT, na cidade de São Paulo, à vitória, para evitar, segundo ele, o sucesso da tucanalha. É preciso ter em conta, entretanto, que, canalhas por canalhas, vamos encontrá-los fartamente, tanto na facção dita neoliberal, como entre os nacionais-desenvolvimentistas, hoje em íntima convivência com figuras desprezíveis do cenário político.
Assim sendo, cabe da nossa parte, socialistas revolucionários, repudiar com todo rigor essa falsa dualidade, uma vez que esses agrupamentos caracterizam-se tanto pelo oportunismo como pelo fisiologismo, levados às últimas consequências. A disputa nesse âmbito não passa de direita contra direita, não havendo a menor conotação de esquerda nesse cenário.
*http://gilvanrocha.blogspot.com.br

terça-feira, 15 de abril de 2014

PT Camarão

Terça, 15 de abril de 2014 
Por Gilvan Rocha*
       Diz-se que o PT, no decorrer dos anos, tornou-se um partido camarão, ou seja, tem o corpo bom e a cabeça podre. Apesar de lamentável, esse fato está, a cada dia, mais evidente. Trata-se de uma agremiação política sem nenhum perfil ideológico, pois senta-se na mesa com o que existe de mais conservador e desonesto no cenário da política nacional.

Não foi com o PMDB ideológico de Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Franco Montoro, Mário Covas..., que a direção petista procurou ter algum tipo de entendimento. Não, isso não ocorreu. O casamento PT e PMDB só veio se dá através da bancada fisiológica do PMDB, representada por José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Romero Jucá, Michel Temer, e outras figuras carimbadas do fisiologismo político.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Verde, maduro e podre

Quarta, 9 de dezembro de 2014

Verde, maduro e podre
O Partido dos Trabalhadores completou 35 anos de seu reconhecimento quanto partido institucional. Nasceu verdíssimo e como se diz que o verde é a cor da esperança, naquela época, ele exalava esperanças por todos os poros.
Três eram os esteios desse partido. O primeiro deles era o sindical. Era o mais forte e o que inspirava maiores esperanças, calcadas na intuição e no instinto de classe. Assim pensávamos.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

A república do Sarney

Segunda, 20 de dezembro de 2014
Por Gilvam Rocha*
            Hoje, ocupa as manchetes de toda a imprensa a violência verificada no presídio de Pedrinhas, em São Luis, estado do Maranhão. Aliás, o feudo da família Sarney apresenta sempre com os índices mais alarmantes no que diz respeito às questões de ordem social. Concentração de miséria, ausência de serviços públicos, déficit assustador no que diz respeito à habitação, precariedade extrema na saúde e na educação, para falarmos apenas em algumas das mais gritantes mazelas sociais.
            Há uma macabra disputa entre Maranhão de Sarney e Alagoas de Renan Calheiros.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Papai Noel existe

Sexta, 27 de dezembro de 2013
Papai Noel existe
Por Gilvan Rocha*
É claro que o “bom” velhinho existe para as crianças ricas, crianças da classe média e filhos de alguns poucos assalariados. Para a multidão de pobres e miseráveis, o Papai Noel não passa de um velhinho faltoso, que povoa o imaginário dessas crianças, filhas dos despossuídos. Para esses, tudo termina numa tremenda frustração. Essa realidade é lamentável, muito dolorosa.
Temos que convir, o capitalismo é assim mesmo, bom para uns poucos e razoável para um punhadinho de aquinhoados. Para o resto da população, para o povão, o máximo que ele pode reservar é o menos ruim. Assim é que lutamos por transporte menos ruim, moradia menos ruim, escola menos ruim, hospital menos ruim, salário menos ruim... O bom mesmo fica restrito, como já dissemos, à burguesia e alguns setores da classe média.
Por outro lado, Papai Noel existe sim, não só como fantasia e, sim, como um grande vendedor, que traz lucros para os comerciantes de plantão. Essa é nossa dura realidade e devemos nos empenhar em transformá-la.
Fonte: http://gilvanrocha.blogspot.com.br/

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Paciência com o PMDB

Sexta, 20 de dezembro de 2013
Por Gilvan Rocha*
            A imprensa noticiou, com destaque, que Lula da Silva, em reunião com o Diretório Nacional do PT, recomendou aos militantes de direção o exercício da paciência em relação ao PMDB. Segundo ele, seria necessário ter toda compreensão com o aliado principal do Partido dos Trabalhadores.
            É uma ironia vermos o sr. Lula da Silva pedir paciência em relação ao PMDB fisiológico e oportunista, dirigido pelos senhores José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Romero Jucá, Michel Temer e outras figuras carimbadas, useiros de práticas nada recomendáveis. Paciência com o PMDB fisiológico é o que exige hoje o dirigente maior do PT, Lula da Silva, mas, a bem da verdade histórica, é preciso ressaltar que o velho PMDB ideológico, representado por figuras da estirpe dos senhores Ulisses Guimarães, Franco Montoro, Mário Covas, não merecia esse cuidado no trato.
            Somente quando o PMDB de Mário Covas foi substituído pelo PMDB do sr. Orestes Quércia, é que a unidade PT-PMDB passou a ser viável e desejada, sem que houvesse o menor pudor por parte da direção petista. Tanta promiscuidade, porém, não se limita apenas a aproximação quase simbiótica do PT com o PMDB, ela se estende também a figuras como Paulo Maluf, Fernando Collor e o não menos emblemático político fisiológico, Francisco Dorneles. Diante desses fatos, convém lembrar que houve um momento em que o sr. Lula da Silva deu-se ao luxo de proclamar que o Congresso Nacional abrigava a presença de cerca de trezentos picaretas. Hoje, depois que o PT cresceu a sua bancada e levou a cabo políticas nada recomendáveis, podemos dizer que, se era verdade existir três centenas de picaretas no Congresso Nacional, esse número ficou elevado, diante da prática do compadrio que se estabeleceu em torno de propósitos nada republicanos.
            Hoje, no cenário político eleitoral e, diante do exercício dos mais diversos governos, estamos frente a um dilema terrível: PTralhas versus TUCANalhas. Trata-se de um dilema perverso e as chances mais imediatas de romper com essa terrível dualidade parece-nos, de imediato, improvável.
 
*http://gilvanrocha.blogspot.com.br/

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

"Brasil, um país de todos"

Segunda, 25 de novembro de 2013
Por Gilvan Rocha
           Em uma das propagandas do então governo Lula estava dito: “Brasil, país de todos”. Trata-se de um discurso secular. A burguesia planta em nossas cabeças que o país é de todos e que devemos nos empenhar em defendê-lo. Como pode o Brasil ser um país de todos, quando as terras, as fábricas, as minas, os bancos, o comércio pertencem a um punhado de pessoas? Quanto ao povão, só resta a força de trabalho para vendê-la a baixos preços, em troca de salários, isso quando consegue ter emprego.
            O discurso burguês não passa de uma deslavada mentira e dele tiram proveito os verdadeiros donos do Brasil. Tal discurso deveria ser denunciado pela esquerda. Falta-nos, porém, uma esquerda de verdade. O que temos, é uma esquerda desfigurada pelos anos de dominação do stalinismo. É essa esquerda direitosa, que dá sustentação ao sistema capitalista.
            No Brasil, como no mundo, a burguesia voa, politicamente, em céus de brigadeiro. Aqui, certa esquerda, gerencia, com excelentes resultados, o capitalismo. Com o Bolsa Família administra a miséria, atenuando seus aspectos mais agudos. Através do sindicalismo chapa branca controla os trabalhadores insatisfeitos.  Enquanto isso, a grande burguesia, especialmente os banqueiros, retiram lucros nunca dantes imaginados. Essa é a nossa realidade e ela reserva para os ricos a parte do leão. Enquanto isso o mundo, incluindo o “Brasil de todos”, caminha para a tragédia total dado o caráter destruidor de um capitalismo esgotado, cuja permanência deve-se à indiscutível competência dos seus políticos e ao papel que jogam, ontem e hoje, os nacionais-reformistas, como linha auxiliar do próprio sistema.
            Só existe, portanto, uma saída, a construção de uma outra esquerda, de uma esquerda claramente anticapitalista e desfeita dos equívocos e vícios de inspiração stalinista. Uma outra esquerda que denuncie as falcatruas burguesas que nos impingem essa lorota de “Brasil, um país de todos”, quando sabemos que aos ricos cabem os favores e aos pobres os sacrifícios mais desumanos. Pobres, quando roubam, vão para a cadeia e os ricos lhes são dados até os “embargos infringentes”.

sábado, 12 de outubro de 2013

Contra os vândalos

Sábado, 12 de outubro de 2013
Por Gilvan Rocha

Contra os vândalos

Sim. Somos contra os que vandalizam os serviços de saúde, sucateando postos e hospitais. Somos contra os que vandalizam a já precária rede de educação. Somos contra os que esquecem o transporte coletivo, optando por uma política de mobilidade que privilegia a “cultura do automóvel” e as construções de túneis, viadutos e elevados. Somos contra os que se aproveitam do dinheiro arrecadado através dos impostos, para promover festivais de corrupção. Em síntese, somos contra a despudorada exploração do trabalho para o enriquecimento de uns poucos.
 
É preciso ficar bastante claro que os verdadeiros vândalos são os que servem a manutenção do sistema capitalista, cujo objetivo único é proporcionar lucros para uma minoria, em detrimento de bilhões de seres humanos. É evidente, para nós, que as atitudes de alguns grupos propondo ações diretas, depredando tudo àquilo que chamam de símbolo do capitalismo, peca, taticamente, na medida em que afastam parcelas das massas populares amedrontadas diante dos confrontos entre a repressão e esses jovens voluntariosos, porém, insuficientemente informados.
 
É necessário compreender, e muito bem, que o nosso propósito deve ser a desconstrução do capitalismo, mas devemos entender que essa desconstrução não será obra de um grupo de bravos, como a nossa história tem, fartamente, provado. Somente o povo consciente constitui a força necessária para sepultar o sistema socioeconômico vigente e construir uma nova ordem econômica e social, cujo primado deverá ser a superação da exploração do homem pelo homem e a implantação da mais plena liberdade.
 
As jornadas populares do mês de junho, do corrente ano, trouxeram uma gama de lições que devem ser avaliadas para que possamos encaminhar as nossas tarefas em consonância com as gritantes necessidades históricas que hoje vivemos. É digno de admiração ver as paixões aflorarem, gritando por justiça, no entanto não podemos deixar nos levar por essas paixões, em detrimento da necessária clareza dos fatos e dos caminhos.
 
Fonte: http://gilvanrocha.blogspot.com.br/

domingo, 6 de outubro de 2013

Profissão: marxista

Domingo, 6 de outubro de 2013
          O discurso dos dois mundos, um socialista ascendente e outro capitalista decadente sucumbiu, dando lugar à profissão de “marxista”. Mas como isso se deu? As postulações socialistas foram derrotadas em 1912/13, quando, no confronto entre o discurso de defesa da pátria e o que propunha transformar a guerra imperialista em insurreições socialistas, o primeiro triunfou e os partidos operários, regra geral, foram convertidos em agremiações social-patriotas. Porém, essa vitória burguesa não foi completa, naquele momento, pois se deu a Revolução Russa, em 1917 e, com ela, nasceram as esperanças de que o processo de derrota fosse revertido.

sábado, 28 de setembro de 2013

Negros matam negros

Sábado, 28 de setembro de 2013
Por Gilvan Rocha
Vimos, no Quênia, negros perpetrarem uma ação assassina contra brancos e negros, em represália a uma ação dos negros queneneanos no sul da Somália, em que negros trucidaram negros. A África, ontem e hoje, está cheia de casos em que negros torturam e matam outros negros. Aliás, episódios desse tipo não se restringem ao continente africano. No Haiti, por ocasião da ditadura do negro Duvalier, “o papa doc”, houve um governo sanguinário contra uma população negra e crioula. Ressalte-se ainda o fato de que a polícia política haitiana, chamada de Tonton Macoute, era formada por negros e exercia uma repressão fascista sobre os demais.
 
 Esses fatos servem para desautorizar a insistência de setores “marxistas-leninistas” em organizar seus partidos e movimentos, através de setoriais, como o setorial do movimento negro. Ora, a questão racial não tem a mesma natureza que tem as diferenças de classes e camadas sociais. Basta atentarmos para o fato de que amarelos reprimem, torturam e matam outros amarelos, tal qual acontece com negros e brancos. Não há, pois, como imaginar que a questão racial esteja acima da luta de classes. Em sendo assim, a questão central está na divisão da sociedade em classes e camadas sociais e é esse fato que deve definir os rumos da nossa atividade política.
 
A política setorial comete crassos erros como é o caso da homossexualidade, quando se desconhece que homossexuais podem ser pobres, ricos, classe média, negros, amarelos ou brancos. Mais grave ainda, homossexuais podem ser alienados, informados, progressistas, reformistas e mesmo nazifascistas como foram vários oficiais de Hitler.
 
 Os setoriais, vale insistir, se prestam a desfocar a luta e, além do mais, distorcer conceitos, pois, como já ressaltamos raça, opção sexual, gênero, juventude traspassam as barreiras que separam a sociedade de classes.
 
            É evidente que os socialistas devem repudiar qualquer forma de preconceito que se preste a martirizar a vida de negros, amarelos, brancos, homossexuais, mulheres... Refutamos, entretanto, a prática de nos distanciar da questão central. Ela deve ter, claramente, um caráter anticapitalista.
 
Fonte: gilvanrocha.blogspot.com.br.

domingo, 1 de setembro de 2013

Aqui e Lá

Domingo, 1 de setembro de 2013
Por Gilvan Rocha
Aqui, em Fortaleza, a Câmara Municipal, tangida pelo mais imoral corporativismo, resolveu arquivar um pedido de cassação, por improbidade, do vereador conhecido como Leonelzinho. Enquanto isso, lá em Brasília, movida pela mesma indecorosa motivação, a Câmara de Deputados, negou-se a cassar o mandato de um de seus membros, Natan Donadon, do PMDM do Estado de Roraima, hoje cumprindo pena por crimes de peculato e formação de quadrilha.
 
Esses episódios servem para evidenciar o fato de que não há condições de moralizar o capitalismo. A corrupção lhe é inerente, e o discurso ético, que bem pode servir para ganhar votos, tem se mostrado ineficaz e fraudulento. Como exemplos de condutas moralistas enganosas, temos os casos dos senhores Jânio Quadros e Fernando Collor. Jânio logrou se eleger Presidente da República, ostentando uma vassoura. Dizia ele que se eleito varreria todas as sujeiras existentes no governo. Fernando Collor se apresentou como o “caçador de marajás”, e prometia, caso eleito presidente, encher o estádio do Maracanã com todos os corruptos do país.
 
Jânio da Silva Quadros foi eleito e, sete meses após sua posse, renunciou. O que foi descoberto, posteriormente, é que ele, um simples professor, tinha conseguido acumular uma grande soma nos bancos londrinos. Quanto ao Fernando Collor, foi alvo de um impeachment, em decorrência das assustadoras ladroeiras que eram praticadas em seu governo. Cabe-nos então perguntar: por que o discurso moralista tende a ser tão bem visto pela população?
 
Existe, no meio do povo, o convencimento de que as nossas mazelas sociais decorrem do fato de termos as verbas destinadas aos serviços públicos desviadas pela corrupção. Esse discurso leva a crer que todos os nossos males decorrem, tão somente, das roubalheiras. É bem verdade que a prática desabrida de atos ilícitos, nas administrações públicas, é um elemento agravante para os problemas sofridos pelo povo. Mas a verdadeira causa das chagas sociais deve-se a esse sistema socioeconômico, chamado capitalismo, que se rege pela busca do lucro, a qualquer custo, para uma pequena minoria. Brademos sim, contra a corrupção e a incompetência, mas não nos esqueçamos de bradar, mais ainda, contra o capitalismo, pois enquanto subsistir esse sistema, teremos que amargar a desfaçatez dos ricos e as injustiças do dia a dia.
 
Fonte: gilvanrocha.blogspot.com.br

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Mais Médicos

Quinta, 29 de agosto de 2013
Por Gilvan Rocha
Existe falta de médicos em vários municípios do Brasil. Diante disso, a sra. Dilma optou por importá-los. Deu-se, então, uma disputa: de um lado os médicos se opunham, por motivos coorporativos; por outro lado, o governo viu a oportunidade de ter ganhos eleitorais.
 
Não se há de negar a pertinência da “importação”. Pesa sobre ela questões de natureza técnica e cientifica. Na questão técnica, levanta-se o problema da língua, que não se pode desprezar, quando se sabe que o povo tem uma linguagem beirando um dialeto e isso dificulta a relação médico e paciente. Em resposta a isso, o governo se propõe a dar um curso de língua, de medicina e de legislação em 120 horas. Isso é ineficaz para dotar alguém do domínio mínimo do idioma, especialmente em se tratando da necessidade do médico se informar das doenças e sintomas portados pelos pacientes.
 
No quesito da aptidão cientifica, é justo que se avalie o grau dessa aptidão, mesmo que se diga que esses médicos só possam praticar atendimentos básicos. Todas essas questões são colocadas em debate. Porém, devemos estar atentos, diante do empenho das partes em utilizar esses fatos para esconder, de um lado, o inaceitável corporativismo dos médicos e de outro, a pressa eleitoreira do governo. Entretanto uma coisa deve ficar clara: o programa Mais Médicos atende aos anseios da população, especialmente as que habitam os confins do Brasil.
 
O caso dos médicos cubanos também suscita polêmicas que vão desde as questões mencionadas, como uma outra de natureza trabalhista, quando os médicos “alugados” por uma importância X só receberão o valor Y, sendo a diferença apropriada pelo Estado cubano. Isso tem merecido dos críticos dessa prática, o argumento de que médicos cubanos tornaram-se “commodities” para o governo daquela ilha e isso não se coaduna com os valores aceitados.
 
O imbróglio criado serve para expor o conteúdo do governo brasileiro, voltado, antes de tudo, para os interesses maiores do capitalismo, recorrendo a medidas emergenciais diante da degradação dos serviços de saúde, quando se deveria tratá-la como um ponto essencial e não recorrer a essas atitudes apressadas e atabalhoadas.
 
Fonte: gilvanrocha.blogspot.com.br

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Maio Francês

Segunda, 26 de agosto de 2013
Por Gilvan Rocha
A história é a fonte do saber político. Existem, basicamente, duas maneiras de vê-la. Uma, idealista, leva-nos a crer ser ela feita por heróis, mártires, traidores, traídos, gênios e talentos... A segunda forma, é através do materialismo histórico.
 
A burguesia trata de escamotear os fatos, adulterá-los, torná-los ilegíveis, pois a verdade seria contra os seus interesses. Por sua vez, a esquerda de matriz stalinista, tratou, também, de esconder e distorcer a história. Essas posturas burguesas e stalinistas, contribuíram para o atraso político que hoje vivemos. À guisa de exemplo, tratemos de alguns episódios que tanto a burguesia, quanto o stalinismo, trataram de jogar para debaixo do tapete:
 
O que sabemos da Guatemala, de Jacob Arbenz, em 1954? E da experiência da frente eleitoral, de 1936, no Chile? E da revolução boliviana de 1952? E da essência do golpe de 1964, no Brasil? E do Chile em 1973? E da Indonésia, de 1965? Afinal, o que sabemos do explosivo episódio do “Maio Francês”, em 1968?
 
A rigor, quase nada, se sabe sobre os mais dramáticos episódios históricos. Tratemos pois, de um deles, o “Maio Francês” de 1968, quando, a partir de conflitos no movimento estudantil, houve uma explosão política geral, colocando em pânico, tanto a burguesia, quanto a burocracia soviética.
 
Em um piscar de olhos, as massas populares ganharam às ruas. As fábricas pararam expressando um descontentamento geral diante da ordem sócioeconômica vigente. Mas, essa explosão, fruto da acumulação de descontentamentos, não teve nenhuma direção, nenhum projeto, nenhuma proposta. O PC francês e o Partido Socialista, desesperados, tentaram conter as massas sublevadas. Restou então, espaço para os anarquistas que, sob a liderança de Cohn Bendit, levantaram a consigna: “é proibido proibir”. Toda proposta anarquista reduzia-se a esse refrão, e o resultado final foi o esvaziamento da sublevação popular e em seguida, convocadas eleições, o Gen. De Gaulle, expressão política da direita francesa, teve, nas urnas, uma vitória acachapante.
 
  Esse episódio é rico em ensinamentos e prova o quanto sem perspectivas maiores, eram e são dotados, os movimentos anarquistas. Esses e outros tantos fatos precisam ser estudados, pois ricos em ensinamentos.

Fonte: http://gilvanrocha.blogspot.com.br/