Sábado, 12 de outubro de 2013
Por Gilvan Rocha
Contra os vândalos
Sim. Somos
contra os que vandalizam os serviços de saúde, sucateando postos e hospitais.
Somos contra os que vandalizam a já precária rede de educação. Somos contra os
que esquecem o transporte coletivo, optando por uma política de mobilidade que
privilegia a “cultura do automóvel” e as construções de túneis, viadutos e
elevados. Somos contra os que se aproveitam do dinheiro arrecadado através dos
impostos, para promover festivais de corrupção. Em síntese, somos contra a
despudorada exploração do trabalho para o enriquecimento de uns poucos.
É preciso ficar
bastante claro que os verdadeiros vândalos são os que servem a manutenção do
sistema capitalista, cujo objetivo único é proporcionar lucros para uma
minoria, em detrimento de bilhões de seres humanos. É evidente, para nós, que
as atitudes de alguns grupos propondo ações diretas, depredando tudo àquilo que
chamam de símbolo do capitalismo, peca, taticamente, na medida em que afastam
parcelas das massas populares amedrontadas diante dos confrontos entre a
repressão e esses jovens voluntariosos, porém, insuficientemente informados.
É necessário
compreender, e muito bem, que o nosso propósito deve ser a desconstrução do
capitalismo, mas devemos entender que essa desconstrução não será obra de um
grupo de bravos, como a nossa história tem, fartamente, provado. Somente o povo
consciente constitui a força necessária para sepultar o sistema socioeconômico
vigente e construir uma nova ordem econômica e social, cujo primado deverá ser
a superação da exploração do homem pelo homem e a implantação da mais plena
liberdade.
As jornadas
populares do mês de junho, do corrente ano, trouxeram uma gama de lições que
devem ser avaliadas para que possamos encaminhar as nossas tarefas em
consonância com as gritantes necessidades históricas que hoje vivemos. É digno
de admiração ver as paixões aflorarem, gritando por justiça, no entanto não podemos
deixar nos levar por essas paixões, em detrimento da necessária clareza dos
fatos e dos caminhos.
Fonte: http://gilvanrocha.blogspot.com.br/