Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 26 de abril de 2014

"O petróleo é nosso”

Sábado, 26 de abril de 2014
Por Gilvan Rocha

As terras da pátria são do patrão; as fábricas da pátria são do patrão; as minas da pátria são do patrão; os bancos da pátria são do patrão; o grande comércio da pátria é do patrão. Isso nos leva a concluir que a pátria é, antes de tudo, do patrão. Mas, espertamente, os patrões, no caso, a burguesia, semeia a ideia de que “o Brasil é um país de todos”; diz, descaradamente, que o Banco do Brasil é do Antônio, do Pedro, da Maria... Em outras palavras, é do interesse da burguesia que tenhamos o sentimento patriótico, pois esse sentimento serve muito bem aos interesses deles e, para isso, não deixam de cantar que “nosso céu tem mais estrelas, nossas várzeas têm mais flores, nossos bosques têm mais vida, nossa vida mais amores”.

Uma das lorotas dessa infame campanha patriótica veio à luz através da luta em torno do “Petróleo é Nosso”, quando, na verdade, todas as riquezas estão em mãos da burguesia. Por ingenuidade e desinformação, o povo despossuído acreditou na veracidade dessa campanha. Mas, quem levou a sério, e muito a sério, a ideia de que o petróleo é “nosso” foi o PT, que, durante sua gestão, permitiu o definhamento da Petrobrás e o exercício de atos considerados ilícitos. Em função disso tramita, no Congresso, a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os fatos e o PT se movimenta para desfigurar a investigação, incluindo os escândalos relacionados aos governos de São Paulo e de Pernambuco, criando o seguinte clima: Caso vocês queiram pôr a nu as nossas falcatruas, nos empenharemos em desnudar vossas maracutaias.

Por si só, essa conduta merece nossa rejeição, pois calcada na chantagem que possibilite a impunidade para ambas as partes, quer dizer, para os petistas e os tucanos; ou melhor, para os petralhas e os tucanalhas.

Lembramos o fato de que o PT, quando se lançou como um Partido dos Trabalhadores, se propunha em ser uma agremiação diferente; porém, ao invés de defender os interesses históricos da classe laborial, cultiva uma estreita intimidade com políticos da estirpe de Michel Temer, José Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Regis Jucá, Paulo Maluf, Collor de Melo e outras figurinhas carimbadas do fisiologismo.

Fonte:  http://gilvanrocha.blogspot.com.br/