Quinta, 23
de outubro de 2014
Por Gilvan
Rocha
Que as redes de rádio e televisão, e a grande mídia
escrita se empenhem em enganar o povo não nos assusta, pois esses meios
(mídias) têm, por dever de ofício, o papel de mentir, distorcer, fantasiar.
Causa-nos, entretanto, forte indignação quando assistimos grupos, movimentos,
partidos rotulados de esquerda, se empenharem na triste missão de semear e acalentar
mentiras, lendas e fantasias.
Supor que o PT
no governo foi um avanço é, no mínimo, uma grave miopia política. O PT no
governo engessou as centrais sindicais e estudantis, enquanto transformou um
programa de socorro aos miseráveis, através do Bolsa-Família, em um imenso
colégio eleitoral.
Por outro
lado, o PT estabeleceu uma íntima e pútrida aliança com o setor fisiológico da
burguesia, representado por figuras sinistras como: Sarney, Barbalho,
Calheiros, Temer, Jucá, Collor e, o mais emblemático de todos: Paulo
Maluf.
A verdadeira
esquerda deve repudiar, com veemência, essa aliança que tão proveitosa foi para
o grande capital, especialmente os bancos. Deve-se entender que a tarefa de
governar o capitalismo é da burguesia e de seus prepostos. Deve compreender que
o papel da esquerda, primordialmente, é o de promover um amplo trabalho de
educação política, deixando claro quem é, de fato, o inimigo do povo.
Autoproclamando-se
de esquerda, muitos grupos, movimentos e partidos têm sido linha auxiliar de
sustentação de um capitalismo exaurido, mas que goza de hegemonia política.
Nestas
eleições presidenciais de 2014, uma pretensa esquerda propõe o voto crítico,
supondo que a derrota do PT é um retrocesso e isso não é verdade, pois
retrocesso foi transformar os sindicatos em meros aparelhos burocráticos, foi
esterilizar o movimento popular, foi promover a mais espúria das alianças,
conferindo respaldo à pilantragem política.
Na oposição, o
PT expressará, sem dúvidas, toda uma raivosidade e se ocupará de mudar a
conduta das centrais sindicais e estudantis, tornando-as ativas, embora isso se
dê dentro de uma perspectiva estritamente eleitoreira.
O dilema não é
neoliberalismo versus nacional-desenvolvimentismo. O grande dilema é
capitalismo versus socialismo e o PT, com os seus aliados, não apontam para
isso. Dessa forma, clamamos: Nem petralhas nem tucanalhas. O caminho é a
denúncia do capitalismo e o trabalho de acumulação de forças em busca da
transformação social.
Fonte: http://gilvanrocha.blogspot.com.br/