Segunda, 26 de agosto de 2013
Por Gilvan Rocha
A história é a fonte do
saber político. Existem, basicamente, duas maneiras de vê-la. Uma, idealista,
leva-nos a crer ser ela feita por heróis, mártires, traidores, traídos, gênios
e talentos... A segunda forma, é através do materialismo histórico.
A burguesia trata de escamotear
os fatos, adulterá-los, torná-los ilegíveis, pois a verdade seria contra os
seus interesses. Por sua vez, a esquerda de matriz stalinista, tratou, também,
de esconder e distorcer a história. Essas posturas burguesas e stalinistas, contribuíram
para o atraso político que hoje vivemos. À guisa de exemplo, tratemos de alguns
episódios que tanto a burguesia, quanto o stalinismo, trataram de jogar para
debaixo do tapete:
O que sabemos da Guatemala,
de Jacob Arbenz, em 1954? E da experiência da frente eleitoral, de 1936, no
Chile? E da revolução boliviana de 1952? E da essência do golpe de 1964, no
Brasil? E do Chile em 1973? E da Indonésia, de 1965? Afinal, o que sabemos do
explosivo episódio do “Maio Francês”, em 1968?
A rigor, quase nada, se sabe
sobre os mais dramáticos episódios históricos. Tratemos pois, de um deles, o “Maio
Francês” de 1968, quando, a partir de conflitos no movimento estudantil, houve
uma explosão política geral, colocando em pânico, tanto a burguesia, quanto a
burocracia soviética.
Em um piscar de olhos, as
massas populares ganharam às ruas. As fábricas pararam expressando um
descontentamento geral diante da ordem sócioeconômica vigente. Mas, essa
explosão, fruto da acumulação de descontentamentos, não teve nenhuma direção,
nenhum projeto, nenhuma proposta. O PC francês e o Partido Socialista,
desesperados, tentaram conter as massas sublevadas. Restou então, espaço para
os anarquistas que, sob a liderança de Cohn Bendit, levantaram a consigna: “é
proibido proibir”. Toda proposta anarquista reduzia-se a esse refrão, e o
resultado final foi o esvaziamento da sublevação popular e em seguida,
convocadas eleições, o Gen. De Gaulle, expressão política da direita francesa,
teve, nas urnas, uma vitória acachapante.
Esse episódio é rico em
ensinamentos e prova o quanto sem perspectivas maiores, eram e são dotados, os
movimentos anarquistas. Esses e outros tantos fatos precisam ser estudados,
pois ricos em ensinamentos.
Fonte: http://gilvanrocha.blogspot.com.br/