Terça, 6 de março de 2012
A Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) aprovou nesta terça-feira (6) em decisão terminativa, por unanimidade, o projeto de lei
da Câmara (PLC 50/11), que declara o educador Paulo Freire patrono da
educação brasileira. Caso não seja apresentado recurso para votação da
matéria em plenário, o texto seguirá diretamente para sanção da presidente Dilma Rousseff.
O projeto, que teve como relator
na comissão o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), é de autoria da
deputada Luiza Erundina, que nomeou Freire como seu secretário de
Educação, quando foi prefeita de São Paulo, a partir de 1989. Segundo a
deputada, Freire, falecido há 15 anos, provocou então uma “verdadeira
revolução educacional na cidade de São Paulo”.
Paulo Freire nasceu em Recife em 1921, ficou órfão aos 13 anos e
enfrentou uma “infância difícil”, como observa a deputada na
justificativa de seu projeto. Formou-se em Direito, mas nunca exerceu a
advocacia. Em 1960 desenvolveu um método “simples e revolucionário” de
alfabetização de adultos. Durante o governo do presidente João Goulart,
coordenou o Programa Nacional de Alfabetização, que tinha o objetivo de
alfabetizar cinco milhões de pessoas.
O criador da “pedagogia da libertação” foi preso em 1964, exilou-se
depois no Chile e percorreu diversos países, sempre levando o seu modelo
de alfabetização, antes de retornar ao Brasil em 1979, após a
publicação da Lei da Anistia.
A partir da década de 60, observou o relator do projeto, a “pedagogia da libertação” passou a simbolizar a contribuição de Freire ao pensamento pedagógico mundial.
- Paulo Freire é um dos brasileiros mais conhecidos no exterior. Um
brasileiro que tem bustos em praças e é nome de rua em países da África e
América Latina. Seus livros foram traduzidos para diversos idiomas e se
transformaram em clássicos do pensamento relacionado à educação em todo
o mundo. Houvesse um Prêmio Nobel para a educação, Paulo Freire
possivelmente teria sido agraciado – disse Cristovam.
Fonte: Agência Senado