Terça, 17 de abril de 2012
Da Agência Pulsar
O Ministério Público do Trabalho pretende
investigar a contratação terceirizada de médicos e outros profissionais
da saúde nos hospitais públicos e privados do país.
O procurador-geral do
Trabalho, Luís Camargo, anunciou a medida após pedido feito pelo
presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), Flávio Dino,
que perdeu o filho de 13 anos no Hospital Santa Lúcia, em Brasília, após
uma crise de asma.
Flávio Dino aponta que o
Hospital Santa Lúcia conta com um quadro de somente 32 profissionais
cadastrados no banco de dados controlado pelo Ministério da Saúde. Do
total, 31 são médicos e nenhum possui vínculo empregatício com o
hospital, constando serem todos autônomos.
O
principal problema apontado na representação é a excessiva jornada de
trabalho dos médicos. Segundo o documento, alguns profissionais chegam a
somar 168 horas de trabalho por semana, o que daria uma jornada de 24
horas todos os sete dias da semana.
Para Flávio, as péssimas condições de trabalho
são a principal causa de morte nos hospitais e o principal problema da
saúde no Brasil. O procurador Luís Camargo informou que pretende buscar
informações com todas as procuradorias regionais do trabalho do país
para apurar investigações relativas à saúde em andamento.
Na
última sexta-feira (13), a médica Izaura Emídio, que atendeu o filho de
Flávio Dino, foi indiciada por homicídio culposo, quando não há
intenção de matar. Izaura é acusada por imperícia médica. Segundo laudo
da polícia, a médica já tinha trabalhado durante 12 horas em outro
hospital antes de prestar atendimento ao filho de Flávio.
Recentemente, a Frente Nacional contra a Privatização da Saúde realizou protestos no marco do Dia Mundial da Saúde, celebrado no 7 de abril.
Além da terceirização, criticou a entrega da gestão de bens e recursos
públicos do setor à iniciativa privada por meio das Organizações Sociais
(OS`s) e das Fundações Estatais de Direito Privado. (pulsar/brasilatual)