Sexta, 7 de junho de 2013
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A Polícia Militar (PM) prendeu 15 pessoas suspeitas de
causar danos, atos de vandalismo e incêndios durante o protesto contra o
aumento das passagens de ônibus, feito nessa quinta-feira (6) na
capital paulista. O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de
Melo, está entre os detidos. Segundo o comandante do policiamento no
centro da cidade, coronel Reynaldo Rossi, pelo menos um manifestante e
dois policiais, inclusive ele, atingido por uma garrafa, ficaram feridos
no confronto. Em nota, o Movimento Passe Livre (MPL), organizador do
ato, informou que 30 pessoas foram feridas por balas de borracha e
estilhaços de bombas de gás.
Rossi disse que foi necessário reprimir a manifestação a partir do
momento em que o grupo de 2 mil pessoas, segundo estimativa da PM,
interrompeu o tráfego na Avenida 23 de Maio, na altura do Vale do
Anhangabaú. “Interromper o trânsito, produzir focos de incêndio e
arremessar objetos contra o efetivo”, enumerou, ao falar dos motivos da
ação policial que envolveu 323 PMs, incluindo homens da Força Tática e
do Batalhão de Choque.
Na ocasião, o grupo de 5 mil pessoas, de acordo com o MPL, queimou
três catracas de papelão e alguns cones de sinalização. Antes, a
manifestação, iniciada em frente ao Teatro Municipal por volta das 17h,
tinha passado pelo Viaduto do Chá, sede da prefeitura paulistana.
No tumulto, passageiros do Terminal Bandeira e da Estação Anhangabaú
do metrô também foram atingidos pelo gás lacrimogênio disparado pela
polícia. Em seguida, o grupo subiu a Avenida Nove de Julho, jogando lixo
na pista e ateando fogo para bloquear o trânsito, até chegar à Avenida
Paulista. No trajeto, carros, ônibus e bancas de revista foram
depredados. No caminho, o grupo foi perseguido pela polícia, que
disparava balas de borracha e bombas de gás. Parte dos manifestantes
chegou a entrar no Shopping Pátio Paulista para fugir da repressão
policial, onde danificou o letreiro de uma loja e um carro que estava
exposto no local.
“Essas pessoas não estavam a fim de se manifestar. Grande parte
delas estava a fim de fazer baderna e promover danos indiscriminados”,
disse o coronel Rossi. De acordo com ele, as ações levaram a polícia a
tentar dispersar o movimento. Na sua opinião, faltou coordenação da
liderança do movimento. “A ação foi desastrada”, acrescentou.
Apesar do resultado do ato de ontem, o MPL convocou novo protesto
contra o aumento das passagens de ônibus e do metrô para o final da
tarde de hoje (7) no Largo da Batata, zona oeste. No início da semana,
as tarifas de ônibus, metrô e trem passaram de R$ 3 para R$ 3,20. O
movimento defende que o transporte público seja gratuito e alega que o
reajuste é uma opção política.