Quinta, 27 de junho de 2013
Da Tribuna da Bahia
por
Naira Sodré
Publicada em 26/06/2013
Reunião na Associação Bahiana de Imprensa
Um encontro histórico marcou nessa terça-feira (25/6) o início de
uma luta conjunta entre a Associação Bahiana de Imprensa e a Ordem dos
Advogados do Brasil- seção Bahia, para manifestar reação contra as
ações policiais durante as últimas manifestações populares, quando mais
de 30 participantes foram presos e vários jornalistas agredidos.
Os dois presidentes, da ABI Walter Pinheiro e da OAB, Luiz Viana
Queiroz, entregam ao governador Jaques Wagner um documento repudiando o
comportamento policial. Também criam uma comissão conjunta para
formalizar um dossiê completo sobre as agressões contra os jornalistas
que trabalhavam na cobertura da passeata que foi realizada sábado
passado na região do Iguatemi.
Para os dois presidentes o governo precisa apurar os excessos
cometidos por policiais durante as manifestações. Cabe a imprensa o
papel de mostrar o que está acontecendo. Mas, segundo o presidente da
ABI, Walter Pinheiro, “o que se tem observado é que jornalistas têm sido
agredidos e equipamentos destruídos. O ataque aos jornalistas não é
novidade, e temos vários registros sobre este comportamento. O que
precisamos é que o governador seja mais enfático no fazer entender aos
policiais que o jornalista está ali, na manifestação, trabalhando”.
A partir deste encontro, realizado nessa terça-feira (25/6) entre ABI
e OAB, está construída uma agenda de debates a respeito do Momento
Brasil com discussão sobre as propostas divulgadas pela presidente Dilma
Rouseff. Durante a reunião, a Associação dos Repórteres Fotográficos e
Cinematográficos (Arfoc-Ba) também se posicionou contra a atuação
policial que obrigou fotógrafos a destruírem as imagens já coletadas. A
preocupação das duas entidades – ABI e OAB – se volta agora para
amanhã, dia 27, quando está marcada uma nova manifestação. Onde, claro, a
imprensa estará presente cobrindo mais uma manifestação passiva.
No último sábado, manifestantes pacíficos foram alvos de violência
policial desmedida e desproporcional nas ruas de Salvador e jornalistas
foram agredidos com palavrões, empurrões e spray de pimenta no rosto.
Um deles foi preso e outro, obrigado a apagar imagens por ele colhidas
quando da repressão aos atos de protestos.
A cobertura jornalística das manifestações populares que eclodiram no
país, inclusive na Bahia e em Salvador, é prerrogativa da imprensa, que
não pode ser sufocada pela ação deletéria de policiais despreparados à
prática democrática.
A ABI – Associação Bahiana de Imprensa e a OAB – Ordem dos Advogados
do Brasil-Seção Bahia apoiam este despertar do povo brasileiro e
repudiam a ação violenta da polícia contra cidadãos pacíficos e
jornalistas que cobrem os fatos.
Preocupadas com a situação, especialmente porque estão sendo
noticiadas outras manifestações, a ABI e a OAB vêm ao Governador do
Estado da Bahia, Jaques Wagner, Comandante em Chefe das forças policias
baianas, solicitar apuração dos excessos e ordem expressa para que tais
fatos não mais aconteçam.