Terça, 25 de junho de 2013
Por André
Campos
Da Pública - Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Acusações
de vadiagem, consumo de álcool e pederastia jogaram índios em prisões durante o
regime militar; para pesquisadores, sociedade deve reconhecê-los como presos
políticos
Durante os
anos de chumbo, após o golpe de 1964, a Fundação Nacional do Índio (Funai) manteve
silenciosamente em Minas Gerais dois centros para a detenção de índios
considerados “infratores”. Para lá foram levados mais de cem indivíduos de
dezenas de etnias, oriundos de ao menos 11 estados das cinco regiões do país. O
Reformatório Krenak, em Resplendor (MG), e a Fazenda Guarani, em Carmésia (MG),
eram geridos e vigiados por policiais militares. Sobre eles recaem diversas
denúncias de violações de direitos humanos.
Os “campos
de concentração” étnicos em Minas Gerais representaram uma radicalização de
práticas repressivas que já existiam na época do antigo Serviço de Proteção aos
Índios (SPI) – órgão federal, criado em 1910, substituído pela Funai em 1967.
Em diversas aldeias, os servidores do SPI, muitos deles de origem militar,
implantaram castigos cruéis e cadeias desumanas para prender índios.
Os anos
desde o fim da ditadura pouco contribuíram para tirar da obscuridade a
existência dos presídios indígenas. Um silêncio que incomoda novas lideranças
como Douglas Krenak, 30 anos, ex-coordenador do Conselho dos Povos Indígenas de
Minas Gerais (Copimg). “Em 2009, recebi um convite para participar das
comemorações, em Belo Horizonte (MG), dos 30 anos da Anistia no Brasil. Havia
toda uma discussão sobre a indenização dos que sofreram com a ditadura, mas a
questão indígena não foi nem sequer lembrada”, reclama.
Douglas é mais um entre os que têm histórias familiares de violência física e
cultural sofridas nesse período. “Meu avô foi preso no reformatório Krenak”,
conta. “Chegou a ser arrastado com o cavalo de um militar, amarrado pelos pés”.
Durante
os anos de chumbo, após o golpe de 1964, a Fundação Nacional do Índio
(Funai) manteve silenciosamente em Minas Gerais dois centros para a
detenção de índios considerados “infratores”. Para lá foram levados mais
de cem indivíduos de dezenas de etnias, oriundos de ao menos 11 estados
das cinco regiões do país. O Reformatório Krenak, em Resplendor (MG), e
a Fazenda Guarani, em Carmésia (MG), eram geridos e vigiados por
policiais militares. Sobre eles recaem diversas denúncias de violações
de direitos humanos.
Os “campos de concentração” étnicos em Minas Gerais representaram uma radicalização de práticas repressivas que já existiam na época do antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) – órgão federal, criado em 1910, substituído pela Funai em 1967. Em diversas aldeias, os servidores do SPI, muitos deles de origem militar, implantaram castigos cruéis e cadeias desumanas para prender índios.
Os anos desde o fim da ditadura pouco contribuíram para tirar da obscuridade a existência dos presídios indígenas. Um silêncio que incomoda novas lideranças como Douglas Krenak, 30 anos, ex-coordenador do Conselho dos Povos Indígenas de Minas Gerais (Copimg). “Em 2009, recebi um convite para participar das comemorações, em Belo Horizonte (MG), dos 30 anos da Anistia no Brasil. Havia toda uma discussão sobre a indenização dos que sofreram com a ditadura, mas a questão indígena não foi nem sequer lembrada”, reclama.
Douglas é mais um entre os que têm histórias familiares de violência física e cultural sofridas nesse período. “Meu avô foi preso no reformatório Krenak”, conta. “Chegou a ser arrastado com o cavalo de um militar, amarrado pelos pés”.
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Os “campos de concentração” étnicos em Minas Gerais representaram uma radicalização de práticas repressivas que já existiam na época do antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) – órgão federal, criado em 1910, substituído pela Funai em 1967. Em diversas aldeias, os servidores do SPI, muitos deles de origem militar, implantaram castigos cruéis e cadeias desumanas para prender índios.
Os anos desde o fim da ditadura pouco contribuíram para tirar da obscuridade a existência dos presídios indígenas. Um silêncio que incomoda novas lideranças como Douglas Krenak, 30 anos, ex-coordenador do Conselho dos Povos Indígenas de Minas Gerais (Copimg). “Em 2009, recebi um convite para participar das comemorações, em Belo Horizonte (MG), dos 30 anos da Anistia no Brasil. Havia toda uma discussão sobre a indenização dos que sofreram com a ditadura, mas a questão indígena não foi nem sequer lembrada”, reclama.
Douglas é mais um entre os que têm histórias familiares de violência física e cultural sofridas nesse período. “Meu avô foi preso no reformatório Krenak”, conta. “Chegou a ser arrastado com o cavalo de um militar, amarrado pelos pés”.
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Acusações
de vadiagem, consumo de álcool e pederastia jogaram índios em prisões
durante o regime militar; para pesquisadores, sociedade deve
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Ditadura
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criou cadeias para índios com trabalhos forçados e torturas - See more
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