Terça, 22 de agosto de 2017
O prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB) tem sido protagonista de um
enorme escândalo por proibir crianças de repetir a merenda escolar,
mesmo estando com fome. Desde que a professora Marcella Campos fez a
denúncia, que foi confirmada por dezenas de professoras e pais, novos
escândalos foram surgindo, como escolas que marcam as mãos das crianças à
caneta para que não possam comer novamente. A última denúncia recebida
foi um bilhete de uma EMEI de São Paulo, enviada aos pais, em que dizia
que a proibição de repetir era parte do contrato com a empresa Milano.
(Foto: Nacho Doce/Reuters)
Essa empresa Comercial Milano, contratada por Doria para fornecer a
merenda escolar na capital paulista, também não é a primeira vez que
protagoniza escândalos políticos. É mais uma empresa aliada dos
golpistas, que é investigada no Rio de Janeiro por suspeita de
envolvimento com pagamento de propina ao governo do Rio de Janeiro. A
empresa é investigada na fase Ratatouille, da operação Lava Jato.
A empresa prestava serviço em escolas, hospitais e presídios do Rio
de Janeiro. O empresário Marco Antônio de Luca, ligado à Comercial
Milano e também à empresa Masan Serviços Especializados e amigo pessoal
do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, teve prisão preventiva decretada
no início de junho, sob a justificativa da Justiça de haver fortes
indícios de que o empresário é “o grande corruptor da iniciativa privada
na área da alimentação e serviços especializados no Estado do Rio de
Janeiro”, segundo a denúncia.
A suspeita é que os 67 contratos firmados entre as duas empresas e o
estado eram parte de um esquema de pagamento de propinas e, juntas,
receberam cerca de R$7 bilhões do estado do Rio de Janeiro entre 2011 e
2017. Marco de Luca é acusado de pagar ao menos R$12,5 milhões em
propina para o esquema de corrupção de Sérgio Cabral para ganhar esses
contratos.
Saiba mais: Ratatouille: fase da Lava Jato no Rio prende aliado de Cabral que ganhou R$8 bilhões com corrupção
Essa mesma empresa Comercial Milano é ainda a mesma que forneceu 400
toneladas de leite em pó contaminado para creches e escolas de São
Paulo. A empresa foi declarada inidônea (que não se pode confiar), mas
mesmo assim continuou fornecendo alimentos para a prefeitura de São
Paulo.
Agora, após participar de esquemas de corrupção no Rio de Janeiro e
fornecer leite contaminado para crianças, a Comercial Milano quer, junto
ao prefeito João Doria, deixar crianças com fome, proibindo-as de se
alimentar devidamente nas escolas.
Todas essas denúncias, que o prefeito e sua assessoria tentam chamar
de “fakenews” mas são obrigados a fazer diversas manobras para tentar se
explicar, explicitam não apenas o enorme ataque da prefeitura tucana à
educação pública, como também que nenhum passo desses políticos
corruptos é dado sem interesses por trás, que sempre favorecem seus
grandes empresários aliados.
João Dória, Sérgio Cabral, o ladrão de merenda Geraldo Alckmin,
empresários como Marco Antônio de Luca, escolhem ver crianças e
adolescentes sem comida ou envenenados com comida contaminada a ver seus
lucros decairem. A urgência de que os professores e demais
trabalhadores se organizem contra o racionamento da merenda e cada um
desses ataques à educação deve servir para mostrar aos políticos
corruptos e seus empresários de estimação que a educação e vida da
juventude vale muito mais do que os lucros deles.
Para isso também que o Esquerda Diário, junto à Marcella Campos e dezenas de professoras estão convocando um importante ato contra o racionamento de Doria
e por merenda para todos, para mostrar que não será aceito nenhuma
criança sem merenda. Chamamos os sindicatos, os movimentos sociais,
organizações de esquerda a se somarem a esse ato, podemos derrotar Doria
e garantir merenda para todas as crianças.
Fonte: Esquerda Diário