Quarta, 2 de março de 2011
A Justiça da Argentina julga ao longo desta
semana os ex-presidentes do país Jorge Rafael Videla e Reynaldo
Bignone. Eles são acusados de um “plano sistemático para o roubo de
bebês” durante a ditadura minitar no país.
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A
estimativa é que mais de 100 crianças, filhas de prisioneiras grávidas
durante o regime militar, tenham sido entregues para adoção a militares
ou policiais durante o período.
Segundo
a Agência Brasil, a Justiça argentina concentrou o julgamento no
destino de pelo menos 34 crianças. As mães foram mantidas nas duas
principais prisões usadas durante o regime militar, a Escola Mecânica da
Marinha (Esma) e a base militar de Campo de Maio.
A
Justiça deve ouvir o depoimento de 370 testemunhas durante um ano. É a
primeira vez que militares da ditadura na Argentina enfrentam a
acusação. Além de Videla e Bignone, outras seis pessoas, incluindo
ex-oficiais e um médico, também serão julgados.
A
entidade Avós e Mães da Praça de Maio entrou com a acusação de "roubo
de bebês" em 1996. Entidades argentinas de defesa dos direitos humanos
estimam que mais de 4 mil pessoas passaram pelas prisões da Esma e de
Campo de Maio. Denunciam que mulheres foram mortas após partos. Os bebês
eram então entregues aos que participaram do regime militar e entregues
a famílias de militares, entre outras.
As
avós da Praça de Maio informam que recuperaram a identidade de 102
netos de um total de 500 jovens que teriam sido roubados ainda bebês.
Na
relação de casos investigados, estão o da neta do poeta uruguaio Juan
Gelman e o neto da fundadora das Avós da Praça de Maio, Estela de
Carlotto. Gelman encontrou a neta, Macarena, no fim dos anos 90, no
Uruguai. (pulsar)
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