Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
Mostrando postagens com marcador argentina. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador argentina. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Ex-presidente argentino é condenado à prisão por participação na Operação Condor; e no Brasil os presidentes pós ditadura se borraram e fecharam os olhos

Sexta, 27 de maio de 2016

Monica Yanakiew - Correspondente da Agência Brasil


Aos 88 anos, Reynaldo Bignone, ex-presidente argentino durante a ditadura militar, voltou ao banco dos réus nesta sexta-feira (27) para ouvir uma nova sentença. Ele foi condenado a mais 20 anos de prisão, desta vez por sua participação na Operação Condor – a aliança dos anos 1970, forjada por seis ditaduras sul-americanas, para reprimir e eliminar opositores aos regimes militares, com o apoio dos Estados Unidos.

Bignone foi um dos 17 acusados neste julgamento histórico, feito após quase duas décadas de investigações e três anos de audiências, para ouvir 222 testemunhas – metade das quais vive no exterior. A Justiça argentina determinou hoje que houve uma “associação ilícita” entre militares do Cone Sul para cometer crimes de lesa-humanidade contra 105 pessoas: 45 uruguaios, 22 chilenos, 14 argentinos, 13 paraguaios e 11 bolivianos.

Argentina divulga hoje (27/5) sentença de processo sobre Operação Condor

Sexta, 27 de maio de 2016
Monica Yanakiew - Correspondente da Agência Brasil
A Argentina juntou provas suficientes para concluir, nesta sexta-feira (27), o histórico processo sobre a Operação Condor - a aliança dos anos 70 entre seis ditaduras sul-americanas para reprimir e eliminar opositores aos regimes militares. Foram 17 anos de investigação e mais três de audiências, para ouvir 222 testemunhas – metade das quais vive no exterior.

No banco dos réus estarão 16 argentinos e um uruguaio, acusados de terem formado uma “associação ilícita” para cometer crimes de lesa-humanidade contra 105 pessoas: 45 uruguaios, 22 chilenos, 14 argentinos, 13 paraguaios e 11 bolivianos.

O Brasil também participou da Operação Condor. Nenhum brasileiro integra a lista de vítimas desse processo - mas haverá outro, disse à Agência Brasil a advogada Luz Palmas Zaldua, do Centro de Estudos Legais e Sociais (Cels). “A morte do ex-presidente João Goulart, por exemplo, ainda está sendo investigada”.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Justiça dos EUA decide que fundos abutres não podem congelar bens da Argentina

Terça, 1º de setembro de 2015
Da Tribuna da Imprensa / Opera Mundi



A Corte de Apelações de Nova York reverteu a decisão proferida pelo juiz Thomas Griesa em 2013 que, em nome dos chamados fundos abutres, determinava o congelamento dos ativos do BCRA (Banco Central da República Argentina) nos EUA por dívida em default.

O tribunal norte-americano de segunda instância argumenta que os ativos do BCRA não podem ser embargados. Assim, a instância enviou uma instrução para que Griesa desconsidere o pedido feito por ele com base na “imunidade soberana”. Pelo entendimento do juiz, a instituição financeira seria uma espécie “alterego” do Estado argentino e, por essa razão, suas reservas poderiam ser embargadas.

Os juízes da instância de apelação também rechaçaram outra demanda dos fundos abutres com relação a “fraudes e injustiças”, em referência ao pagamento da dívida com o FMI — realizado pelo governo do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), em 2005 — ao assegurar que “não há nada irregular ou fraudulento em a Argentina reconhecer uma preferência de pagamento de um conjunto de credores sobre outros”.

Trata-se da segunda decisão em favor da Argentina no tribunal de apelações neste mês. Em 10 de agosto, essa instância reverteu a decisão de Griesa que autorizava que novos demandantes reclamassem o pagamento total dos bônus.

Abutres

A decisão de Griesa favorecia os fundos especulativos NML Capital e Aurelius no julgamento pela dívida argentina, em default desde 2001, ordenando ao país o pagamento de US$ 1,6 bilhão (valor atualizado).

Entre 2005 e 2010, a Argentina reestruturou sua dívida de cerca de US$ 100 bilhões, após ter anunciado calote em 2001. Assim, 93% dos credores aceitaram as ofertas de reembolso parcial. Fundos dos EUA então compraram os bônus dos 7% que se negaram ao acordo e após a recuperação do país, reivindica hoje o pagamento total do valor, somando os juros.

A Argentina chama esses fundos de “abutres”, por ter comprado os títulos por valor muito baixo para buscar a cobrança do valor integral. Ou, nas palavras do ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, esses fundos compram os títulos da dívida de países em moratória e dão início a um processo judicial em distintas jurisdições para conseguir “lucros exorbitantes”, como esclarece artigo de Salim Lamrani.

terça-feira, 24 de março de 2015

Por que desaparecemos os desaparecidos

Terça, 24 de março de 2015
Se quiser dê um clique sobre a imagem abaixo para ampliá-la.


                                      Eduardo Galeano, no livro Os Filhos dos Dias,
                                                 Editora L&PM, 2ª edição, página 104

terça-feira, 7 de outubro de 2014

FMI busca solução para impasse entre a Argentina e os fundos abutres

Terça, 7 de outubro de 2014
Monica Yanakiew - Correspondente da Agência Brasil/EBC
O Fundo Monetário Internacional (FMI) manifestou nesta segunda-feira (6) sua preocupação com a batalha judicial entre a Argentina e os chamados fundos abutres – fundos que adquiriram títulos da dívida argentina a preços baixos, depois do calote de 2001, e entraram na Justiça para cobrar o devido sem desconto. O chefe do Departamento de Assuntos Legais do FMI, Sean Hagan, apresentou um documento, propondo reformas para reduzir o poder de pressão dos fundos especulativos nos processos de renegociação da dívida soberana dos países.

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Fundos Abutres: Buenos Aires reage a juiz que declara Argentina em estado de desacato

Terça, 30 de setembro de 2014
Monica Yanakiew - Correspondente da Agência Brasil/EBC 
O governo argentino reagiu à decisão do juiz norte-americano Thomas Griesa, que declarou hoje (29) a Argentina em estado de “desacato”. Em nota, o governo acusa Griesa de violar “o direito internacional, da Carta das Nações Unidas e da Carta da Organização dos Estados Americanos”.

Na decisão, Griesa considerou que o pais não cumpriu sua sentença, favorável aos chamados fundos “abutres” – aqueles que compraram títulos da dívida argentina a preços baixos, depois do calote de 2001, e abriram processo para cobrar o devido sem desconto.
----------------------
----------------------

terça-feira, 15 de julho de 2014

Dívida da Argentina não tem justificativa legal, nem administrativa, nem financeira. Entrevista especial com Maria Lúcia Fattorelli

Terça, 15 de julho de 2014
Do IHU
Instituto Humanitas Unisinos 
“O exemplo argentino evidencia o imenso poder do setor financeiro privado no mundo atual; mostra como a corte suprema do país mais rico do mundo pende em defesa de um questionável fundo abrigado em paraíso fiscal, em detrimento de um país”, diz a auditora fiscal.

 Foto: www.auditoriacidada.org.br
“Existem diversas contradições nesse episódio”, declara Maria Lúcia Fattorelli ao comentar a dívida pública argentina, que já alcança o montante de 1,3 bilhão de dólares. Entre elas, aponta, o “absurdo evidenciado pela condenação de um país por uma decisão proferida pelo poder judiciário de outro país, ignorando a soberania nacional que cada país possui”.
Segundo a auditora fiscal, essa situação “revela a ausência de tribunais internacionais independentes e transparentes, que seriam os fóruns legítimos para analisar esse tipo de conflito”.
A dívida da Argentina foi negociada, mas alguns credores não aceitam a negociação e cobram do país o pagamento integral da dívida, o qual foi determinado pela Justiça norte-americana. Segundo Maria Lúcia, a decisão judicial foi “tendenciosa” e “pendeu em favor de especuladores que se aproveitaram da crise enfrentada pela Argentina a partir de 2001, adquiriram títulos da dívida pública daquele país a preços irrisórios, não se apresentaram para efetuar a renegociação realizada em 2005 e ingressaram na Justiça para reivindicar o pagamento do valor nominal integral daqueles títulos, acrescido dos juros incidentes sobre o valor nominal desde a sua emissão. Ou seja, reivindicaram a restituição de algo que nunca emprestaram, uma reivindicação infame e completamente ilegítima”.
Na avaliação da auditora fiscal, as dívidas públicas dos países têm permitido a interferência do setor financeiro em políticas e decisões governamentais estratégicas. “Esse poderio financeiro sobre as nações é obtido, principalmente, por intermédio do financiamento de ditaduras ou de campanhas eleitorais ‘democráticas’, conseguindo, dessa maneira, dominar o poder político e subordiná-lo aos interesses do capital financeiro para, em seguida, alcançar as modificações das estruturas legais em seu favor e de acordo com os seus interesses”, assinala.
Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail, ela explica as razões da dívida pública argentina e afirma que no Brasil também se assiste a um processo de endividamento público, “que inicia com financiamento de campanhas, seguido da adoção de modelo econômico e medidas que favorecem o setor financeiro, principalmente através do Sistema da Dívida. Estamos pagando dívidas ilegais e negando direitos sociais básicos. O Orçamento Geral da União de 2014 destina 42% dos recursos para juros e amortizações de uma dívida que nunca foi auditada, em flagrante violação à Constituição Federal de 1988, que determinou a realização da auditoria da dívida brasileira”.
Maria Lúcia Fattorelli é auditora fiscal e coordenadora da organização brasileira Auditoria Cidadã da Dívida. Foi membro da Comissão de Auditoria Integral da Dívida Pública – CAIC no Equador em 2007-2008. Participou ativamente nos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a dívida realizada no Brasil. É autora de Auditoria da Dívida Externa. Questão de Soberania (Contraponto Editora, 2003).
 Foto: sindifiscopb
Confira a entrevista.

quinta-feira, 3 de julho de 2014

OEA aprova declaração de apoio à Argentina em crise da dívida


Quinta, 3 de julho de 2014
Da Agência Brasil — Edição: Luana Lourenço
A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou hoje (3), após reunião em Washington, uma declaração de respaldo à posição da Argentina no caso da reestruturação da sua dívida. Segundo o texto aprovado, “é essencial para a estabilidade e previsibilidade da arquitetura financeira internacional garantir que os acordos alcançados sejam respeitados”.
O documento não foi apoiado pelo Canadá e Estados Unidos. No caso dos EUA, foi incluída uma nota em que o país afirma “não poder dar apoio” e que o tema continua nas mãos de seu sistema judicial. As delegações do Brasil e do Uruguai haviam preparado um projeto de declaração em favor da Argentina antes da reunião.
O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, afirmou na abertura do encontro que a ação dos chamados fundos abutres contra a Argentina representa "perigo" para o sistema financeiro internacional. Segundo ele, "não lhes importa se isso [sua atitude] resulta em um aumento de pobreza para os países".

quarta-feira, 13 de março de 2013

E no Brasil. . .nada

Quarta, 13 de março de 2013
Justiça argentina condena cinco repressores da ditadura à prisão perpétua

por Pulsar Brasil
O julgamento tratou dos casos de 23 vítimas
da  ditadura argentina. (imagem: BA street art)

Reynaldo Bignone, último ditador do regime militar que durou de 1976 e 1983 na Argentina, foi condenado à prisão perpétua nesta terça-feira (12). Outros quatro militares receberam a mesma pena por cometerem crimes de lesa humanidade no Campo de Maio.

Este local funcionou como um dos maiores centros de repressão, além de abrigar uma maternidade clandestina. O julgamento analisou casos de 23 vítimas, entre elas sete mulheres que estavam grávidas e tiveram filhos no cativeiro.

O ex-comandante do Institutos Militares, Santiago Omar Riveros, também está entre os condenados. Ele e Bignone são considerados por organizações de defesa dos Direitos Humanos como figuras centrais do terrorismo de Estado vivido na Argentina na década de 1970.

As sentenças foram apresentadas no Tribunal Oral Federal de San Martín, no subúrbio da capital Buenos Aires. Além das cinco condenações à prisão perpétua, outros seis repressores pegaram de 12 a 25 anos de detenção. O julgamento foi o sexto realizado na Argentina por crimes cometidos no Campo de Maio. A estimativa é de, somente nessa instalação, tenham passado cerca de 4 mil presos, sendo que a maioria continua desaparecida.

No Brasil, os primeiros levantamentos da Comissão Nacional da Verdade, apontam que pelo menos 50 mil pessoas tiveram seus direitos violados durante a ditadura militar que durou de 1964 a 1985. Este balanço inclui presos, perseguidos, exilados e familiares que perderam parentes.

No entanto, ao contrário da Argentina, a Lei de Anistia brasileira não foi revogada. A medida é questionada por proteger de condenação os agentes do Estado acusados de cometer torturas, sequestros e homicídios durante a ditadura militar. (pulsar)

sábado, 27 de outubro de 2012

A proteção à infância e às famílias pobres no Brasil e na Argentina

Domingo, 27 de outubro de 2012
Do resistir.info

Alguns elementos acerca da mitologia propagandeada pelos sociais-democratas do PSDB e do PT 

Por Henrique Júdice Magalhães*

A narrativa corrente no Brasil é de que com a estabilização monetária de 1994 teve início uma contínua elevação do nível de vida dos brasileiros mais pobres, viabilizada pelo fim da corrosão inflacionária e reforçada por dois mecanismos principais. O primeiro deles é a política de aumento real do salário mínimo iniciada em 1995, com FHC, e intensificada a partir de 2003, ano da posse de Lula. O segundo é constituído pelos programas de transferência monetária focalizados nas famílias que tenham crianças em sua composição e estejam abaixo da linha de pobreza – especialmente o bolsa-família, criado pelo mesmo Lula e que abrange, hoje, todos os demais. A focalização dessas ações teria permitido ao país tirar aproximadamente 40 milhões de pessoas da pobreza. A sustentabilidade dessas políticas teria sido assegurada pela boa gestão econômica, baseada no equilíbrio fiscal e no respeito aos contratos do Estado com instituições financeiras internacionais e concessionárias de serviços públicos.

A Argentina, ao contrário, diz a narrativa corrente, desviou-se desse caminho. Lá, a última década teve como nota a expansão desenfreada do gasto público, complementada por uma sucessão de desvarios estatizantes. Isso teria conduzido o Estado platino ao isolamento internacional e, como resultado, sua economia está se dissolvendo em meio à alta inflação e à escassez de dólares. A população afunda na pobreza, faltam produtos básicos e o país está à beira da quebra. Enquanto isso, o governo manipula índices e a presidenta delira.

Isso repete, diuturnamente, a imprensa oligárquica e/ou mercantil daqui e de lá. Como dizem os argentinos,
allá ellos. Em outros tempos, veículos como Globo, Folha e Veja precisariam ser refutados. Hoje, após cavarem a sepultura de sua própria credibilidade, nem isso merecem. O problema é que, com variações na ênfase conferida ao papel dos governos FHC e Lula/Dilma, este é também o relato hegemônico entre intelectuais ligados ao PT e ao PSDB. Até mesmo personalidades vinculadas à esquerda mais radical (PSTU, PSoL, PCB) engolem a peta da redução da pobreza e da desigualdade operada pelo Plano Real e pelo bolsa-família. No máximo, agregam a esse reconhecimento algumas lamúrias pelo desvanecimento do ímpeto revolucionário das classes supostamente favorecidas por essas políticas. Os dois parágrafos anteriores já fazem parte do senso comum da classe média brasileira [1] – ou ao menos de sua fatia civilizada, já que a outra tem crenças distintas que serão tratadas na segunda parte deste artigo.

Há, entretanto, um problema insolúvel com essa narrativa: ela é inteiramente falsa. Inúmeros indicadores seriam capazes de demonstrá-lo. As taxas de crescimento da economia, por exemplo: desde 2003, quando assumem Kirchner e Lula, o PIB argentino – mesmo quando medido pelos critérios de agências opositoras
[2] – cresce muito mais que o brasileiro em todos os anos.

Mas já nos disse a senhora Roussef que “uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e para seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto, é a capacidade do país, do governo e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro”
[3] . Vejamos, então, como se sai o Brasil neste tema após o octênio tucano e o decênio petista, tomando como termo de comparação a supostamente falida e caótica Argentina e cotejando os valores e condições de acesso dos programas de Seguridade Social destinados, lá e aqui, a famílias com crianças e/ou adolescentes.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Desaparecimento nas ditaduras brasileira e argentina. Diferenças e desafios. Entrevista especial com Caroline Bauer

Quarta, 17 de outubro de 2012
“Na Argentina, a Comissão da Verdade foi implementada poucos dias após o término da ditadura; no Brasil, apenas em 2011, 26 anos após o término da ditadura, houve ânimo político para tal medida”, compara a historiadora.

Confira a entrevista.

As ditaduras militares do Brasil (1964-1985) e da Argentina (1976-1983) utilizaram “a prática do desaparecimento como um dos principais meios para fomentar a ‘cultura do medo’ nessas sociedades”, diz Caroline Bauer à IHU On-Line. Autora do livro Brasil e Argentina: ditaduras, desaparecimentos e políticas de memória (Ed. Medianiz, 2011), a historiadora diz que as práticas de desaparecimento contribuíram não só para punir como também “para dissuadir outras pessoas de se oporem às ditaduras e atingir os meios familiares e sociais das vítimas. O resultado era um efeito multiplicador do medo e do terror”.

Segundo ela, as ditaduras trataram os desaparecidos da mesma forma: “negaram sua existência para depois assumi-los com versões falsas e tergiversadoras sobre o desaparecimento”. Os governos transicionais, por sua vez, tratam do tema com “políticas de esquecimento, como a destruição de documentos, os perdões penais, e a própria interdição do passado, no sentido de proibir certos debates ‘para o bem da futura democracia’”, ressalta.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail, Caroline Bauer esclarece que os dois países trataram do tema com perspectivas diferentes após o retorno à redemocratização. “Na volta à democracia na Argentina, percebe-se uma ruptura com o passado ditatorial, garantindo-se os direitos à memória, à verdade e à justiça, e marcando novos parâmetros éticos e morais para o novo regime político. Já no caso brasileiro, onde a transição política foi marcada muito mais por aspectos de continuidade, não houve mudanças na política em relação à ditadura no primeiro governo civil – aliás, é importante salientar a vinculação do então presidente, José Sarney, com o regime anterior”, compara.

Para ela, entre as diferenças na maneira de conduzir o tema na democracia, destaca-se a “legitimidade social” dos discursos militares. “Enquanto na Argentina é crime fazer apologia, negar ou praticar um revisionismo quanto à ditadura, no Brasil as ações repressivas possuem uma grande aceitação por parte da população, que compactua com as práticas autoritárias e de desrespeito aos direitos humanos, em nome de uma ‘causa maior’ – no caso, o ‘combate à subversão’ e as tentativas de ‘livrar o Brasil da ameaça comunista’.

Caroline Bauer é doutora em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e pela Universitat de Barcelona.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – A partir da sua pesquisa, o que é possível apontar sobre as práticas de desaparecimento das ditaduras argentina e brasileira como estratégias de implantação do terror dos regimes?

Caroline Bauer –
Ambas as ditaduras utilizaram a prática do desaparecimento como um dos principais meios para fomentar a “cultura do medo” nessas sociedades. Em outras palavras, o desaparecimento contribuía para punir, mas principalmente para dissuadir outras pessoas de se oporem às ditaduras e atingir os meios familiares e sociais das vítimas. O resultado era um efeito multiplicador do medo e do terror.

IHU On-Line – Como a questão dos desaparecidos políticos foi tratada durante a transição para a redemocratização em ambos os países?

Caroline Bauer – Primeiramente, precisamos definir de qual período estamos falando. Por exemplo, nos anos transicionais, e que ainda vigiam as ditaduras, tratou-se os desaparecidos da mesma forma: negaram sua existência, para depois assumi-los com versões falsas e tergiversadoras sobre o desaparecimento. Porém, após a decretação das leis de anistia, percebe-se que a temática é tratada pelos governos transicionais através de “políticas de esquecimento”, como a destruição de documentos, os perdões penais, e a própria interdição do passado, no sentido de proibir certos debates “para o bem da futura democracia”.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Argentina oferece recompensa para capturar acusados de crimes contra a humanidade

Segunda, 4 de junho de 2012
Da Agência Brasil

Renata Giraldi*

Repórter da Agência Brasil
Brasília – As autoridades da Argentina anunciaram o pagamento de recompensas, que variam de US$ 100 mil a US$ 300 mil, por informações que ajudem a capturar 33 pessoas acusadas de violações de direitos humanos durante a ditadura no país (1976 – 1983). Na semana passada, foi preso Miguel Angel Chiarello considerado um dos principais fugitivos do regime ditatorial argentino.
Na relação de chamados repressores, que colaboraram com a ditadura, estão Juan Miguel Wolk, que conseguiu escapar da prisão domiciliar, Juan Francisco Del Torchio, Daniel Eduardo Cardozo, Horacio Jorge Paez, Juan Carlos Coronel e Eduardo Daniel Vic. Todos são acusados de crimes contra a humanidade.
As buscas envolvem diferentes províncias (estados) da Argentina, assim como autoridades do Ministério Público e de tribunais de primeira instância. Na relação de procurados há pelo menos uma mulher Ana Maria Rosario Grimaldos acusada de sequestrar uma criança durante a ditatura.
Na Argentina, são numerosos os casos de sequestros de crianças e bebês recém-nascidos, filhos de pessoas contrárias ao regime autoritário, de quem até hoje não se tem notícia. Um dos movimentos mais atuantes no país é o liderado pelas Mães e Avós da Praça de Maio – que representa as mães e avós dessas crianças desaparecidas.
A Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas da Argentina (cuja sigla em espanhol é Conadep), vinculada ao governo, estima que cerca de 9 mil pessoas desapareceram durante a ditadura no país. Mas organizações não governamentais (ONGs) calculam que os números chegam a 30 mil pessoas.
Em geral, de acordo com as autoridades argentinas e as organizações não governamentais (ONGs), os perfis dos desaparecidos e mortos durante a ditadura era o seguinte: jovens com menos de 35 anos, operários ou estudantes, detidos à noite.
*Com informações da agência pública de notícias da Argentina, a Telam//Edição: Graça Adjuto

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Argentina prorroga por 30 dias intervenção federal na petrolífera YPF

Quarta, 16 de maio de 2012
A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, determinou a prorrogação por mais 30 dias da intervenção federal na empresa petrolífera YPF, que foi expropriada no mês passado. A companhia era administrada pela espanhola Repsol. A decisão está publicada no Boletim Oficial do país  (espécie de Diário Oficial da União) cujo endereço na internet é http://www.boletinoficial.gov.ar/Inicio/Index.castle.

O texto informa que o ministro do Planejamento, Investimentos Públicos e Serviços da Argentina, Julio de Vido, e o vice ministro da Economia e de Finanças Públicas do país, Axel Kicillof, são os principais responsáveis pela intervenção.

O Decreto 732 é assinado pela presidenta Kirchner e pelo chefe de gabinete, Juan Manuel Abal Medina. No texto, ela diz que "a magnitude e a complexidade das tarefas e funções atribuídas determinam a necessidade de continuar a intervenção".

No dia 16, a presidenta anunciou a expropriação da YPF e a intervenção federal na empresa. Cristina Kirchner alegou que os investimentos referentes à companhia na Argentina estavam abaixo do esperado pelo governo. A Câmara e o Senado aprovaram a iniciativa do governo por ampla maioria.

Pela proposta, 51% das ações da YPF foram expropriadas. O governo escolheu como gerente-geral executivo da empresa, Michael Galuccio. A expropriação e a intervenção provocaram críticas na Europa e nos Estados Unidos.

Fonte: Agência Brasil — Renata Giraldi, repórter

terça-feira, 15 de maio de 2012

Governador argentino defende expropriação da YPF

Terça, 15 de maio de 2012
Da Agência Brasil

Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil

O governador do estado de Chubut, Martin Buzzi, no qual está localizada a sede da empresa petrolífera YPF – expropriada no mês passado pela presidenta argentina, Cristina Kirchner -, disse que a iniciativa vai ser “um grande organizador na área da Patagônia”. Ele lembrou que o pai e o avô trabalharam na empresa. Segundo Buzzi, a iniciativa seguiu o caminho natural e foi correta.

"Para o território, o mais importante era administrar e governar a YPF. Está na genética [da região]  e no DNA de nosso povo", disse Buzzi. "Essas coisas são decididas com o coração, mas são resolvidas pela cabeça.”

Em 16 de abril, Cristina Kirchner surpreendeu o mundo ao anunciar a expropriação da YPF. A iniciativa gerou críticas na Europa, na Ásia e nos Estados Unidos, mas obteve o apoio dos argentinos. O governo alegou que a administração espanhola da empresa era inadequada e não estava promovendo os lucros esperados.

A decisão provocou receios em investidores estrangeiros. A presidenta argentina enviou uma comitiva ao Brasil para se reunir com autoridades, afastar os receios e dizer que os investidores podem continuar a aplicar no território argentino.

De acordo com Buzzi, a privatização, há 20 anos, da YPF foi um golpe para a região de Chubut. "Depois de 1991, passamos a ter maior taxa de desemprego no país. [Na área de] Comodoro Rivadavia, há desemprego recorde de 14%”, disse ele.
 
*Com informações da agência pública da Argentina, Telam//Edição: Graça Adjuto

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Por que não se calam?

Quinta, 19 de abril de 2012
Publicado pelo "Blog do Hélio Doyle" em 19/04/2012 11:03

           Os argentinos têm demonstrando ter mais coragem que os brasileiros para corrigir os erros cometidos na ditadura e nos governos neoliberais que a sucederam. Não têm medo de punir assassinos e torturadores, de mandar para a cadeia ex-ditadores e de renacionalizar e reestatizar empresas estratégicas vendidas ao capital privado a preços irrisórios e mediante fraudes e roubos. No Brasil, os assassinos e torturadores dos tempos de ditadura continuam livres e empresas privatizadas em condições mais do que suspeitas continuam prestando péssimos serviços aos consumidores e enriquecendo seus proprietários à custa de benefícios estatais.

            É claro que não é apenas a coragem que faz a diferença. Há fatores culturais, políticos e ideológicos, assim como circunstâncias econômicas e sociais, que levam as duas sociedades vizinhas a tomarem rumos distintos em relação a algumas questões. Mas vontade e coragem não podem ser subestimadas e isso sobra lá e falta aqui.
Leia a íntegra no "Blog do Hélio Doyle"

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Chegou um e-mail da WikiLeaks

Terça, 28 de fevereiro de 2012
por Santiago O'Donnell
Chega-nos um e-mail da Wikileaks. Diz para me comunicar pelo canal habitual. Não podemos dizer qual é esse canal, porque poucos dias depois de receber o e-mail o nosso jornal assinou um acordo que, dentre outras coisas, estipula: "Os jornalistas, empregados, consultores e a infraestrutura de SPP (a editora que publica as wiki-fugas) estão sujeitos à actividade de inteligência estatal e privada e a bloqueios financeiros de carácter político. A fim de proteger a sua capacidade para continuar a publicar efectivamente, vários métodos, pessoas e endereços devem permanecer confidenciais. A menos que se especifique o contrário, estas incluem, mas não se limitam a: identificar pormenores de empregados da SPP, sistemas ou métodos de segurança, localizações, planos estratégicos, informação de ameaças contra a SPP, a quantidade de empregados que tem a SPP, quantidade de empregados da SPP em diferentes áreas, nomes de utilizadores, contra-senhas, transporte, acertos financeiros incluindo acertos financeiros para transportes".

Não fazemos ideia de muitas destas coisas; de algumas sim, mas como assinamos o compromisso não podemos contar muito. Digamos, para conseguir algum mistério, sem mentir, que nos pomos em contacto por uma via encriptada. Dizem que estão a considerar a possibilidade de incluir o nosso jornal numa "sociedade de investigação", é preciso dizer assim segundo o acordo que assinámos. Uma "sociedade de investigação" com outros diários do mundo para divulgar mais de cinco milhões de e-mails da agência de inteligência global Stratfor.


O QUE É O STRATFOR


Averiguámos um pouco.
Stratfor significa Strategic Forecasting Inc. (Previsão Estratégica Inc.) e foi fundada em 1996 pelo texano George Friedman, que actualmente é o presidente executivo. Friedman é politólogo, filho de refugiados húngaros sobreviventes do Holocausto. Antes de fundar sua empresa de espionagem foi professor no Colégio de Guerra do Exército dos EUA e da Universidade Nacional de Defesa desse país. A lista de clientes da Stratfor é secreta, mas há notícias de que incluiria a empresa Apple, a Força Aérea dos EUA e o Departamento de Polícia de Miami. Também há notícias de que numerosas empresas da Fortune 500 são patrocinadoras das suas conferências e seminários e conferências. (Dias depois os e-mails distribuídos por Wikileaks revelaram que o Ministério da Defesa do Brasil também contratou os serviços da agência de Friedman). A empresa de inteligência/espionagem oferece dois produtos básicos: um pacote feito sob medida para cada cliente sobre certos temas que lhe interessem, ou um pacote 'top' com informações sobre todo o mundo. Além disso, há peritos acessíveis 24 horas por dia, de 2ª a 6ª-feira para responder perguntas e diferentes oportunidades para saber de coisas.

sábado, 16 de abril de 2011

O FMI lá e cá


Sábado, 16 de abril de 2011
Enquanto o FMI continua cantando de galo em cima do Brasil, dando ordens, pressionando, e conseguindo, que o Brasil gere anualmente superávit primário superior a 3% do PIB para exclusivamente pagar juros da dívida, quem grita com o Fundo é a nossa vizinha Argentina. O diretor-geral do FMI enquadrou a presidente brasileira e seus auxiliares na área financeira.

Por falar em superávit primário, essa excrescência só existe no Brasil. Nenhum outro país do mundo adota essa coisa, que só serve para extorquir dinheiro para pagamento de juros da dívida.

Lá na Argentina a coisa tem sido bastante diferente, apesar da sua economia não chegar sequer ao tamanho da do nosso estado de São Paulo. O FMI mandou que a presidente Cristina Kirchner desacelerasse a economia argentina, pois o contrário traria a inflação. O governo argentino ontem mesmo deu a resposta, rejeitando o argumento de que haveria um “superaquecimento” da economia. Para o governo da presidente Kirchner o que os argentinos farão é “acelerar”. Estão convencidos, e corretamente, de que é preciso acelerar, não brecar a economia.

Que o Brasil é melhor do que os argentinos no futebol, ninguém tem dúvida, mas que os governantes recentes de lá são melhores do que os nossos, também não há dúvida.

Há alguns anos a argentina se viu livre, unilateralmente, de mais de 70% da dívida externa que lhe impunham. Ela questionou os valores e derrubou sua dívida. E os banqueiros o que fizeram? Iniciaram uma chiada geral, mas depois ficaram pianinhos. Até porque saíram no lucro, apesar de deixarem de ganhar tanto quanto vinham ganhando.

O Brasil pagará, em  2011, juros e encargos, amortização e rolagem da dívida valor superior a R$953 bilhões (bilhões, isso mesmo) aos rentistas, aos banqueiros. É uma mãe para os banqueiros.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Pulsar: Argentina julga ex-presidentes acusados de roubar bebês durante a ditadura

Quarta, 2 de março de 2011

A Justiça da Argentina julga ao longo desta semana os ex-presidentes do país Jorge Rafael Videla e Reynaldo Bignone. Eles são acusados de um “plano sistemático para o roubo de bebês” durante a ditadura minitar no país.
www.brasil.agenciapulsar.org
Mães e Avós da Praça de Maio (eduardo grossman)
A estimativa é que mais de 100 crianças, filhas de prisioneiras grávidas durante o regime militar, tenham sido entregues para adoção a militares ou policiais durante o período.

Segundo a Agência Brasil, a Justiça argentina concentrou o julgamento no destino de pelo menos 34 crianças. As mães foram mantidas nas duas principais prisões usadas durante o regime militar, a Escola Mecânica da Marinha (Esma) e a base militar de Campo de Maio.

A Justiça deve ouvir o depoimento de 370 testemunhas durante um ano. É a primeira vez que militares da ditadura na Argentina enfrentam a acusação. Além de Videla e Bignone, outras seis pessoas, incluindo ex-oficiais e um médico, também serão julgados.

A entidade Avós e Mães da Praça de Maio entrou com a acusação de "roubo de bebês" em 1996. Entidades argentinas de defesa dos direitos humanos estimam que mais de 4 mil pessoas passaram pelas prisões da Esma e de Campo de Maio. Denunciam que mulheres foram mortas após partos. Os bebês eram então entregues aos que participaram do regime militar e entregues a famílias de militares, entre outras.

As avós da Praça de Maio informam que recuperaram a identidade de 102 netos de um total de 500 jovens que teriam sido roubados ainda bebês.

Na relação de casos investigados, estão o da neta do poeta uruguaio Juan Gelman e o neto da fundadora das Avós da Praça de Maio, Estela de Carlotto. Gelman encontrou a neta, Macarena, no fim dos anos 90, no Uruguai. (pulsar)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Multinacional escraviza trabalhadores na Argentina

Sexta, 7 de janeiro de 2011
Da Agência Pulsar

O fiscal argentino, Rubén Darío Giagnorio, disse que a empresa multinacional Nidera mantinha empregados em situação de escravidão e condições insalubres em vários de seus acampamentos.

Giagnorio disse que só na cidade de San Pedro foram encontrados 130 trabalhadores confinados, entre adultos e adolescentes.

Os trabalhadores não sabiam onde estavam e não podiam sair. Além disso, eles não tinham acesso à energia e nem água. Os alimentos eram descontados de seus salários a preços muito altos.

O ministro do trabalho, na província de Buenos Aires, Oscar Cuartango, disse que após a descoberta o número de denúncias contra a empresa aumentou.

Oscar Cuartango disse foi realizada uma audiência para “exigir o pagamento de salários e financiar o retorno destas pessoas para as suas províncias”.

Além disso, o diretor de Ciência de Alimentos de San Pedro, Julio Caraballo, disse que as condições encontradas nos acampamentos eram as de um campo de concentração. Os banheiros eram dois buracos no chão isolados por uma cortina costurada com sacos.

Nidera é uma empresa multinacional, líder no mercado argentino em sementes e um dos maiores exportadores de petróleo, cereais e oleaginosas. (Pulsar)

sábado, 30 de outubro de 2010

Grande imprensa reconhece que moratória beneficiou Argentina

Sábado, 30 de outubro de 2010
Do site “Auditoria Cidadã da Dívida”
O Editorial do jornal Estado de São Paulo comenta sobre a morte do ex-presidente da Argentina Nestor Kirchner, e surpreendentemente reconhece os méritos da moratória argentina inciada em fins de 2001:
“Mediante um calote espetacular da dívida, tirou o país da recessão, reduziu o desemprego e a pobreza, e resgatou das profundezas a autoestima nacional.”

Em 2005, o presidente Kirchner impôs aos rentistas uma anulação de 75% de uma importante parcela da dívida externa argentina, provando que é possível enfrentar de frente o mercado financeiro.

É bem verdade que esta medida não solucionou o problema do endividamento argentino, pelo fato de não ter sido acompanhada de uma auditoria e de um questionamento da legitimidade da dívida, repleta de irregularidades já comprovadas em sentença judicial do “Processo Olmos”. Assim, parcela significativa dos rentistas entrou na justiça contra a Argentina, e recentemente o país teve de recuar em sua medida de reconhecer somente 25% da dívida.

Já no caso da recente auditoria da dívida equatoriana, onde o governo também anulou cerca de 70% da dívida externa com bancos privados, as contundentes provas de ilegalidade da dívida fizeram com que todos os rentistas aceitassem imediatamente a proposta, sem questionamento algum.

Porém, de qualquer forma, é digno de registro histórico que o Editorial de um dos jornais mais conservadores do país finalmente reconheceu que o não-pagamento da dívida argentina “tirou o país da recessão, reduziu o desemprego e a pobreza, e resgatou das profundezas a autoestima nacional”. Mesmo que tenha sido necessário a morte do ex-presidente Kirchner para que a grande imprensa finalmente admita tantos méritos em um “calote”. 
- - - - - - - - -  - -
Acesse “Auditoria Cidadã da Dívida”.