Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 26 de abril de 2011

População da Islândia decide não pagar a dívida de bancos falidos

Terça, 26 de abril de 2011
Da "Auditoria Cidadã da Dívida"

A Folha Online mostra que a Islandia decidiu, com base em um Referendo eleitoral, não pagar a dívida externa, gerada pela irresponsabilidade de bancos que faliram na crise. Conforme mostra o jornal, os executivos de um banco islandês aplicaram dinheiro de clientes ingleses e holandeses em fundos que se mostraram podres, sendo que os governos da Inglaterra e Holanda reembolsaram as perdas a seus cidadãos. Imaginando que o governo da Islândia seria mais um que concordaria em usar dinheiro público para salvar bancos falidos, os governos inglês e holandês mandaram a conta para o governo Islandês pagar.

Inicialmente, os deputados aprovaram este arranjo, porém, o Presidente vetou a medida e consultou a população sobre o pagamento da dívida: 60% dos islandeses disseram não ao pagamento, mostrando que o povo não pagará pela crise provocada pelos próprios bancos.

Vários parlamentares europeus tem apoiado esta decisão do povo, conforme mostra a Folha Online:
“A socióloga portuguesa e deputada do Parlamento Europeu Marisa Matias, por exemplo, disse que "[querem] que famílias paguem por erros de bancos. Os islandeses não entendem assim".

Essa também é a opinião da sua colega eurodeputada Eva Joly (França). "Ninguém debateu se os pagadores de impostos devem resgatar instituições financeiras", escreveu no britânico "Guardian". "Espero que o espírito de luta dos islandeses se espalhe."

Enquanto isso, aqui no Brasil também existe uma dívida que o governo decidiu não pagar. Mas se trata da dívida com os municípios, referentes a obras em andamento ou até mesmo já realizadas, muitas delas necessárias para a população, conforme mostra o Portal G1. O Decreto 7.418 estabelece que os chamados “restos a pagar” de obras dos anos de 2007, 2008 e 2009 somente serão pagos até 30 de abril de 2011. Desta forma, aqueles que não tiverem sido pagos - devido à política de contingenciamento – até esta data serão definitivamente caloteados.

Em suma: o governo dá calote na dívida social para viabilizar o pagamento da questionável dívida financeira.
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