Quarta, 14 de setembro de 2011
Da "Auditoria Cidadã da Dívida"
Os jornais de hoje [13/9] mostram a possibilidade do Brasil comprar títulos
da dívida dos países europeus, como forma de ajudar estes países a
saírem da crise. Uma possibilidade é a utilização de recursos das
reservas internacionais ou do “Fundo Soberano” para comprar estes
títulos.
Em bom português, o que isto significa? Significa que o
governo brasileiro, mais uma vez, se endividará aos juros mais altos do
mundo para financiar os países mais ricos, recebendo taxas de juros bem
menores, e ainda auxiliando estes países no salvamento de bancos
falidos. A partir de 2008, os países da União Européia se endividaram
fortemente para promover ajudas trilionárias para salvar bancos e outras
empresas privadas, e por isso enfrentam esta crise.
Agora, o
Brasil pode assumir esta dívida ilegítima (às custas de mais dívida
interna), ainda correndo o risco de ficar com um verdadeiro “mico”.
Conforme mostra a notícia do Portal G1, as próprias autoridades
brasileiras reconhecem que desta forma o país poderia “correr mais
riscos”.
Assim como no recente pagamento antecipado e empréstimo ao FMI, se trata de mais uma jogada de marketing do governo brasileiro, que tenta fazer parecer que o país não tem problemas com a dívida, e ainda salva outros países endividados.
O problema é que esta ajuda é
feita às custas de mais dívida interna, que já supera os R$ 2 trilhões e
paga as taxas de juros mais altas do mundo ao setor financeiro, ao
mesmo tempo em que o governo bloqueia qualquer projeto que aumente os
gastos sociais, tais como o piso salarial nacional para policiais e
bombeiros dos estados, o aumento dos recursos da saúde, ou o reajuste
aos servidores públicos.