Quinta, 22 de novembro de 2012
O
que tem a ver o teto do Estádio Mané Garrincha e as inundações da Asas Sul e
Norte do Plano Piloto de Brasília? O governo Agnelo/Filippelli acha que nada.
Mas tem muito a ver. É uma questão de definição de prioridades dos governantes.
O
estádio é uma obra desnecessária,
megalomaníaca, um verdadeiro elefante branco, pelo menos para o Estado, pois
para grupos empresariais que o constroem é uma mula, bela mula carregadeira de
lucros.
Sim,
e o que pode relacionar o teto (que não estava no projeto original) do Mané
Garrincha com as inundações provocadas por tão somente uma hora de aguaceiro no
Plano Piloto? Alguns podem estar se perguntando sobre isso. Segundo o
secretário de Obras do GDF, Davi de Matos, a expansão das galerias pluviais da
Asa Norte e Sul, serviço que, segundo ele, resolveria os problemas de
inundações no Plano Piloto, estão orçadas em R$174 milhões. Ora, só com a cobertura do estádio Mané
Garrincha o GDF está gastando quase isso, ou seja, R$173 milhões. Com esse
dinheiro e mais um dia e meio de gastos com publicidade, o GDF teria os R$174
milhões.
A
cobertura está sendo feita. As obras para beneficiar milhares e milhares de
moradores do Plano Piloto, além dos milhares e milhares de trabalhadores que se
deslocam ao centro de Brasília, continuam apenas nos papéis do GDF. Diz o
secretário que, se tudo andar bem, só em 2015 elas estarão concluídas. 2015?
Depois de terminar o governo atual?
É,
certamente, um papelão este o dos governantes. Trocar a atenção no conforto –e na
segurança– da população pela cobertura de um estádio.
A Fifa, agradece. A população, padece.
Imagem do Facebook "emBrasília"