Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse há
pouco que o resultado do julgamento da Ação Penal 470, conhecida como
mensalão, “não poderia ter sido melhor”. Para ele, a condenação dos
acusados representa a “máxima” do direito penal do país. Ele voltou a
defender, inclusive, que os réus sejam pressos assim que terminar o
julgamento.
Após receber representação de um grupo de parlamentares contrários
ao relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do
Cachoeira, Gurgel disse que a criação do colegiado tem ligação direta
com o julgamento do mensalão. “Tudo que tem acontecido desde a criação
da CPMI está relacionado ao mensalão”, disse ao admitir que tem recebido
pressões de partidos aliados sobre esse posicionamento.
O procurador-geral acrescentou que haverá pressões contra ele mesmo
depois do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal. “Sempre
vai haver inconformados com o resultado do julgamento.”
No relatório final da CPMI, o deputado Odair Cunha (PT-MG) pede que o
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) investigue a conduta de
Gurgel quando recebeu o relatório da Operação Vegas. Para o parlamentar,
Gurgel deveria ter se manifestado tão logo recebesse o inquérito do
Ministério Público do Estado de Goiás. Gurgel disse que, na ocasião,
havia “fatos diminutos”, o que não justificava a investigação.