Segunda, 1º de dezembro de 2014
Fonte: Abraji
A Abraji repudia as agressões e
ameaças sofridas pelo repórter Bruno Cassucci, do LANCE! no último
domingo (30.nov.2014) em Santos (SP), por policiais militares. Um agente
apontou-lhe uma arma enquanto ele fotografava, com o celular, o local
em que ocorrera uma briga entre torcedores do Santos e do Botafogo.
Mesmo após identificar-se como jornalista, Cassucci foi colocado de
frente a uma parede com as mãos para o alto e submetido a revista
pessoal e de sua mochila. O policial tomou o seu celular e apagou as
fotos que havia tirado.
Outro agente determinou a ele que não olhasse para trás. O fato de
Cassucci ter descumprido a ordem foi usado como pretexto para outro
policial agredi-lo no rosto.
Um terceiro PM ainda colocou uma bomba de efeito moral dentro da
calça do repórter, ameaçando ativá-la. Prestes a ser liberado, Cassucci
foi ameaçado por outro agente, que disse a ele para não voltar ao local.
A Abraji considera a violência empregada contra o repórter, além de
injustificada e inaceitável, um grave atentado à liberdade de expressão.
O equipamento de um profissional da imprensa não deve ser alvo de
confisco, tampouco seus registros devem ser comprometidos.
O episódio deste domingo é característico de contextos autoritários,
em que revelar qualquer fato diverso do que o Estado pretende mostrar é
considerado crime. O papel da Polícia Militar é proteger cidadãos e
garantir à sociedade o direito de acesso a informações de interesse
público.
A Abraji exige que o governo de São Paulo, a Secretaria de Segurança
Pública de São Paulo e a Corregedoria da Polícia Militar identifiquem o
mais rápido possível os responsáveis pelas agressões ao repórter e os
punam com o rigor da lei.
Diretoria da Abraji, 1º de dezembro de 2014
Atualização às 17h44 de 01/12/2014: Secretaria de Segurança abre inquérito por agressão a repórter do L!Net (LANCENET!)