Quinta, 18 de dezembro de 2014
Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil
Depois de aguardarem por mais de uma hora para que
o quórum para abertura da reunião e outros 30 minutos discutindo
questões regimentais, deputados e senadores da Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras aprovaram por 19 votos contra 8 o
relatório do deputado Marco Maia (PT-RS), que alterou o texto na reunião de ontem (17).
No
novo texto, Maia incluiu o pedido de indiciamento de 52 pessoas pelos
crimes de participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e
corrupção ativa ou passiva. Entre os nomes indicados pelo relator estão
os ex-diretores Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Nestor Cerveró.
Marco Maia também reavaliou a compra da Refinaria de Pasadena, nos
Estados Unidos, desta vez pedindo o aprofundamento das investigações e
admitindo o prejuízo de US$ 561,5 milhões na compra.
Outra
mudança foi o pedido de aprofundamento das investigações de empresas
citadas em negócios irregulares com a Petrobras - Andrade Gutierrez
Construções, Caide União, Consórcio Renest, Construções e Comércio
Camargo Correia, construtoras OAS e Queiroz Galvão - acusadas dos crimes
como pagamento de propina, fraude em licitações, formação de cartel e
lavagem de dinheiro.
A CPMI tinha dois relatórios para analisar. Isto porque, além do novo texto de Maia, a oposição apresentou ontem (17) um relatório paralelo com
críticas mais duras e uma lista maior de sugestão de indiciamentos. O
documento dos oposicionistas também pediu o indiciamento da presidenta
da Petrobras, Graça Foster, por falso testemunho na CPMI.
A
oposição queria o indiciamento de 59 pessoas e a instauração de
inquérito contra 36 citados nas investigações da Operação Lava Jato,
além da presidenta Dilma Rousseff que seria responsabilizada por
improbidade administrativa na compra da refinaria, assim como os membros
Conselho de Administração da Petrobras, na ocasião da compra.