Sábado, 20
de dezembro de 2014
Da Agência
Brasil* Edição: Talita Cavalcante
Apesar da retomada das relações diplomáticas com os
Estados Unidos, Cuba não renunciará ao socialismo, disse hoje (20) o presidente
Raúl Castro. Em discurso na Assembleia Nacional cubana, ele disse que o país
não está disposto a mudar o sistema político.
“Da mesma forma que nunca propusemos aos Estados Unidos
para que mudem seu sistema político, exigimos respeito em relação ao nosso”,
discursou Castro. Ele, no entanto, disse que o país está disposto a discutir,
com “igualdade e reciprocidade”, todos os assuntos com o governo
norte-americano.
O presidente cubano pediu o apoio da comunidade
internacional e da sociedade norte-americana para encerrar o embargo econômico
que perdura há mais de 50 anos. Segundo ele, a decisão de restabelecer relações
diplomáticas com os Estados Unidos foi um passo importante, mas que a luta para
acabar com o bloqueio, apesar de essencial, será longa e difícil.
Raúl Castro anunciou hoje que o novo congresso do Partido
Comunista de Cuba (PCC), única formação política do país, será em abril de
2016. Segundo ele, antes do encontro, haverá um amplo e democrático debate com
os militantes comunistas e com o povo cubano sobre a situação do plano de
atualização econômica do país.
O último congresso do PCC foi em abril de 2011, quando
Raúl Castro foi escolhido primeiro-secretário da organização, em substituição
ao seu irmão Fidel, fora do poder desde 2006. Na ocasião, o partido aprovou o
plano para a atualização do modelo econômico do país.
No mesmo discurso, Raúl Castro anunciou também que
irá à próxima Reunião de Cúpula das Américas, em abril no Panamá. “Confirmo
que comparecerei, para expressar as nossas posições com sinceridade e respeito
para com todos os chefes de Estado e de Governo”, declarou.
O discurso de Raúl Castro, no encerramento da sessão
semestral da Assembleia Nacional, ocorreu um dia depois de o órgão ter
ratificado, por unanimidade, o acordo desta semana entre Cuba e os Estados
Unidos. Os dois países restabeleceram relações diplomáticas após mais de 50
anos de rompimento.
* Com informações da Agência Lusa