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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Lava Jato: força-tarefa denuncia Silvio Pereira (Silvinho Land Rover) por corrupção e lavagem de dinheiro

Quarta, 9 de novembro de 2016
Do MPF
Entre as acusações apresentadas está o recebimento de um veículo Land Rover da empreiteira GDK em 2004

Lava Jato: força-tarefa denuncia Silvio Pereira por corrupção e lavagem de dinheiro

Procuradores que integram a força-tarefa Lava Jato no Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) protocolaram nesta terça-feira, 8 de novembro, denúncia contra o ex-secretário geral do Partido dos Trabalhadores (PT) Silvio Pereira, os administradores da empreiteira GDK, José Paulo Santos Reis e Cesar Roberto Santos Oliveira, o ex-diretor da área de Serviços da Petrobras Renato de Souza Duque e o administrador da Construtora OAS José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como ``Leo Pinheiro´´, pelos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro no esquema de corrupção da estatal petrolífera.


As investigações apontaram que os administradores da GDK ofereceram e pagaram um veículo Land Rover para Silvio Pereira em troca de favorecimento da empresa na licitação do módulo 1 da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC – Fase III), localiza em Linhares, no Espírito Santo, entre 2004 e 2005. Segundo a denúncia, o ex-secretário geral do PT gerenciava com o ex-ministro José Dirceu um sistema de escolha de apadrinhados políticos da legenda para cargos de livre indicação no governo federal.

Entre os cargos escolhidos estava o do ex-diretor da Petrobras, Renato de Souza Duque, que mantinha proximidade com a agremiação partidária e que, juntamente com o ex-gerente e seu subordinado, Pedro Barusco Filho, aceitou vantagens indevidas dos empresários para fraudar as licitações da estatal para enriquecimento pessoal e dos integrantes do partido político. 

Conforme as provas levantadas pela investigação e informações repassadas pelo colaborador Milton Pascowitch, durante o ano de 2004, Duque fraudou a licitação de Cacimbas em favor da empresa GDK, que acabou vencedora do certame. Em troca, a empresa se comprometeu a pagar 1,5% do contrato que seria firmado no valor de R$ 457.514.281,33, o equivalente a R$ 6.862.714,22.

Em novembro de 2004, uma semana antes do início da concorrência, foi transferido a Silvio Pereira um veículo Land Rover adquirido pela GDK, no valor de R$ 74 mil. Posteriormente, diante da revelação pública do recebimento do veículo, o recurso de uma das empresas que disputava o certame da obra foi alterado, sagrando-se vencedora a Engevix, também por intermédio de pagamento de propina.

Falsos serviços -  A denúncia também imputa o crime de lavagem de dinheiro a Silvio Pereira e Leo Pinheiro, então presidente da OAS, pelo pagamento dissimulado de propinas provenientes da Petrobras por intermédio de falsa prestação de serviços da empresa DNP Eventos, de propriedade do ex-secretário geral do PT. De acordo com os procuradores, entre 2009 e 2011, a OAS pagou R$ 486.160,00 a Pereira desta forma. 

Segundo informações prestadas por Fernando Moura, outro colaborador no âmbito da Lava Jato, após o envolvimento do ex-secretário geral no caso Mensalão, e com o escândalo da Land Rover, Silvio Pereira passou a receber uma espécie de “mesada” de propina da UTC Engenharia e da OAS para sobreviver e não revelar os fatos criminosos que tinha conhecimento.