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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Remanejamento de servidores da atenção básica abre portas para as OSs

Quarta, 23 de novembro de 2016
Remanejamento de servidores da atenção básica abre portas para as OSs

Do SindSaúde
Desde a publicação da Portaria n°231, em outubro, servidores têm estado apreensivos quanto ao próprio trabalho e o futuro dos postos de saúde do DF. O documento designa que médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares que atuam na porta de entrada do SUS cumpram 30% de sua jornada em emergências e UTIs. Em São Sebastião, usuários temem o fechamento da Unidade Mista de Saúde. Para o SindSaúde-DF a medida é mais uma tática do governo para enfraquecer a atenção básica e assim instalar organizações sociais.


A portaria prevê cumprimento de 12 horas nas emergências para os servidores que fazem 40 horas e os trabalhadores com carga semanal de 20 horas, ao menos 6 horas. Somente as equipes de Estratégia de Saúde da Família foram poupadas. A imposição vale por 180 dias, podendo ser prorrogada por igual período.

“Não dá para entender como retirar profissionais da atenção primária pode trazer qualquer benefício. São os usuários que mais perdem com isso, pois o atendimento é descontinuado. Se as emergências estão caóticas, não é tirando servidores de outros setores que a situação será resolvida. Para nós do SindSaúde o que está por trás dessas medidas é a implantação das organizações sociais. Primeiro o governo desestabiliza para depois terceirizar. Isso nós não podemos aceitar”, avaliou Marli Rodrigues, presidente do sindicato. “Entre governo e Conselho de Saúde, o que está se estabelecendo agora é a implantação das OSs. Onde está a força do CSDF?”, indaga.

O departamento jurídico do SindSaúde-DF já está analisando os casos dos servidores que têm restrição médica e não podem ser realocados nos prontos-socorros.