Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

O general Mourão, tão acintoso e perigoso quanto Bolsonaro capitão

Quinta, 13 de setembro de 2018
Por
Hélio Fernandes*

Tenho estudado o perfil do vice de Bolsonaro pela sua origem e seu comportamento no momento. Ainda na ativa, em discurso publico, pediu intervenção militar nos pais. Na reserva continua com as mesmas ideias, mas com roteiro diferente. Só que no caminho que vem percorrendo, ele é o segundo da chapa, mas com obsessão de ser o primeiro.

Como conseguiria essa transformação inusitada, atropelando até mesmo o companheiro de aventura eleitoral? Nenhuma preocupação, não esconde a superioridade, general é general, capitão é capitão.

(No meu livro sobre Fernando de Noronha, um dos capítulos mais importantes, intitulado "O Poder Militar no Brasil", faço uma radiografia devastadora do dia humilhante e medíocre da vida nos quartéis. Escrevi isso há mais de 50 anos, Mourão e Bolsonaro não existiam, mas cabem perfeitamente no estudo. Só por causa dessa analise, vale ter sido escrito o livro e foi fundamental para a proibição).

Agora, Mourão está mais ativo do que nunca. Ganhou a presidência do Clube Militar, importantíssima para o seu objetivo. Farsante, logo no dia do atentado com dupla interpretação, pediu moderação. Agora, recorreu ao STF, quer autorização para participar dos debates presidenciáveis, apesar de ser apenas vice.

Bolsonaro e Mourão não têm a menor preocupação com o segundo turno. Têm lugar cativo nesse segundo turno. Mas nenhuma possibilidade de ir em frente eleitoralmente. Aí o perigo e o conflito com a DEMOCRACIA.

PS- O STF não pode autorizar, de modo algum, que um vice participe de debate programado para presidenciáveis.

*Matéria pode ser republicada com citação do autor. Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa