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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Saúde e bem-estar 35. Para não beber VI — Energéticos

Segunda, 3 de setembro de 2018
Por
Aldemário Araújo Castro*


É crescente o consumo de energéticos. Em geral, são usados: a) para dar mais energia para as atividades físicas; b) aumentar a disposição; c) tornar a pessoa mais ativa e d) eliminar ou diminuir o sono. Observam-se: a) o consumo mais frequente e intenso em festas e b) uma associação com a ingestão de bebidas alcoólicas. 

Normalmente, envolvem uma mistura de: a) açúcar; b) vitaminas; c) guaraná; d) ginseng; e) cafeína e f) estimulantes (taurina, glucoronolactona, etc). Os nomes comerciais mais lembrados são: a) red bull; b) burn e c) monster. A chamada versão normal das bebidas energéticas chegam a conter o equivalente a 15 colheres de açúcar. A quantidade de substâncias adicionadas para conferir cor, sabor e prolongar a vida útil (validade) é considerável e preocupante.
O consumo contínuo de energéticos tem sido associado às seguintes ocorrências: a) tremores; b) agitação; c) desconforto estomacal; d) dores no peito; e) tontura; f) insônia; g) ansiedade e h) problemas cardiovasculares. 

Segundo vários estudos, os elevados níveis de açúcar e cafeína dos energéticos são os responsáveis pelas principais agressões à saúde. Algumas dessas bebidas chegam a conter mais de oito vezes a quantidade de cafeína de uma dose de café. Há registros de 100 mg de cafeína por 30 ml de energético. Admite-se que a cafeína começa a ficar tóxica quando a ingestão ultrapassa: a) 400 mg/dia em adultos; b) 100mg/dia em adolescentes e c) 2mg/kg em crianças menores de 12 anos. 

A mistura de álcool com energético aumenta consideravelmente os riscos à saúde. O energético mascara ou encobre os sinais próprios do consumo de álcool. Assim, permite a maior ingestão das bebidas alcoólicas e pode conduzir à desidratação e à intoxicação. No âmbito da União Europeia apurou-se que 71% dos jovens adultos europeus misturam energéticos com álcool. 

No Brasil, conforme dados levantados em pesquisas, a venda de energéticos cresceu 27% nos últimos anos. Nos Estados Unidos, a indústria cresceu 240% desde 2004 e faturou cerca de 21 bilhões de dólares em 2017. 

São crescentes os casos de mortes relacionados, numa avaliação preliminar, com o consumo de energéticos. Vários países, a exemplo dos Estados Unidos, já iniciaram pesquisas sobre a segurança no uso dessas bebidas. Já existe um virtual consenso no sentido de eliminar completamente qualquer uso desses produtos por crianças. 

As preocupações crescentes com os malefícios causados pelos energéticos são aplicáveis, por razões praticamente idênticas, para: a) as pastilhas energéticos (com altas doses de estimulantes) e b) as cápsulas de cafeína. 
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SAÚDE E BEM-ESTAR. 35 PARA NÃO BEBER VI – ENERGÉTICOS
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