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(Millôr Fernandes)

domingo, 9 de setembro de 2018

Saúde e bem-estar 36. PARA NÃO BEBER VII – ÁLCOOL

Domingo, 9 de setembro de 2018
Por
Aldemário Araújo

SAÚDE E BEM-ESTAR

50 textos (um a cada final de semana). Registros de uma caminhada em busca de saúde e bem-estar consistentes e duradouros. Veja todos os escritos em:
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36 PARA NÃO BEBER VII – ÁLCOOL

“O álcool provoca cerca de 2,8 milhões de mortes anuais em todo mundo, das quais quase 100 mil no Brasil, aponta estudo publicado nesta quinta-feira no prestigiado periódico médico ‘The Lancet’. De acordo com a pesquisa - que levou em conta dados de 195 países da série de estudos Fardo Global das Doenças, do Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME, na sigla em inglês) da Universidade de Washington, EUA -, o consumo de bebidas alcoólicas e as doenças a ele relacionadas estão entre os principais fatores de risco e incapacitação evitáveis no planeta, respondendo por aproximadamente uma em cada dez mortes de pessoas com entre 15 e 49 anos e liderando as causas de morte prematura de pessoas nesta faixa etária” 

Os cientistas responsáveis pelo estudo referido indicam que não há níveis seguros para uso do álcool. Os propalados benefícios decorrentes do consumo baixo ou moderado, notadamente para o sistema cardiovascular, são claramente anulados pelos efeitos nocivos relacionados com riscos de câncer, ferimentos e doenças infecciosas. Obviamente, esses riscos são proporcionais às quantidades de bebidas alcoólicas ingeridas.

Conforme levantamentos especializados, um ano consumindo diariamente apenas uma dose de álcool eleva o risco de desenvolvimento de uma das 23 doenças ou problemas relacionadas com a substância. São doenças cardiovasculares, câncer, infecções respiratórias, cirrose e diabetes. Os problemas mais comuns são violência interpessoal, acidentes de trânsito, afogamentos e ferimentos não intencionais. Uma dose de álcool corresponde a 10 gramas puros. Esse valor pode ser encontrado: a) numa pequena taça de vinho tinto (100 ml) com 13% de álcool por volume; b) numa lata de cerveja (375 ml) com 3,5% de álcool ou c) numa dose de uísque ou outros destilados (30 ml) a 40% por volume. O risco aumenta 7% com o consumo de duas doses diárias. Cinco doses diárias implicam risco 37% maior. 

Os dados disponíveis mostram que o consumo de álcool varia consideravelmente em escala global. Em 2016, cerca de uma em cada três pessoas consumiam bebidas alcólicas, aproximadamente 2,4 bilhões. 25% das mulheres (900 milhões) e 39% dos homens (1,5 bilhão) integravam a estatística. Em média, as mulheres ingeriam 0,73 dose por dia e os homens consumiam 1,7 dose. 

No âmbito do Brasil, a média entre os homens fica em 3 doses de álcool por dia. Entre as mulheres, registra-se a ingestão de 1,5 dose. Estimam-se 76 mil mortes anuais entre os homens brasileiros em função de doenças relacionadas com o álcool. Para as mulheres brasileiras esse número seria algo em torno de 21 mil. 

No livro “Cirurgia Verde”, o doutor Alberto Peribanez Gonzalez afirma: “O abuso do álcool leva o organismo a eliminar nutrientes importantes, como cálcio, ferro e vitaminas. Além disso, ao obter energia diretamente do álcool, o alcoólatra dispensa outros alimentos, o que leva à desnutrição. A Sociedade Brasileira de Cancerologia já considera o álcool o maior fator causal do câncer. Além do câncer de boca, de faringe, de esôfago e de laringe, nos quais o álcool apresenta ação direta contra o tecido, o alcoólatra está sujeito a câncer em qualquer parte do corpo, devido à desnutrição funcional determinada pelo efeito nocivo do álcool sobre a célula humana”. 

O doutor Uronal Zancon: a) comentou, em vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=6pdHnAJkTVA), o estudo mencionado no início deste texto e b) indicou o link para acesso à íntegra do levantamento (https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(18)31310-2/fulltext).

[Clique na imagem abaixo e assista vídeo sobre o assunto]