Por
Aldemario Araújo*
SAÚDE E BEM-ESTAR
50 textos (um a cada final de semana). Registros de uma caminhada em busca de saúde e bem-estar consistentes e duradouros. Veja todos os escritos em:
http://www.aldemario.adv.br/sa ude.htm
http://www.aldemario.adv.br/sa
43— A IMPORTÂNCIA DOS MICRO-ORGANISMOS
Em meados do século XIX, a teoria do germe de Louis Pasteur derrotou a hipótese do terreno biológico de Béchamp e Bernard. Provavelmente, a partir daí foi construído um dos mais poderosos e deletérios mitos no campo da saúde e alimentação. Os germes, bactérias ou micro-organismos foram taxados genericamente como destrutivos, perniciosos ou maléficos. A ordem era, e majoritariamente ainda é: se livre dos germes, mantenha distância deles e elimine os micro-organismos sem dó, nem piedade.
Não foi pequeno meu espanto quando li a seguinte passagem no livro “Cirurgia Verde”, do doutor Alberto Peribanez Gonzalez: “O organismo humano é composto de 100 trilhões de células organizadas. Mas, vivendo em simbiose com esse enorme terreno biológico – na pele, na boca, no nariz, na orofaringe, nas orelhas, na árvore respiratória, nos intestinos, na cavidade vaginal e no ânus – há um exército de 1 quatrilhão de bactérias”. Repetindo: 100 trilhões de células para 1 quatrilhão de micro-organismos. Em outras palavras, no corpo humano, para cada célula existem 10 (dez) micro-organismos. Essa proporção explica o título do instigante livro “10% humano”, da bióloga Alanna Collen, anteriormente destacado.
No escrito 23 desta série foi destacada outra passagem do citado livro do doutor Peribanez. Repetimos a transcrição em função da sua relevância: “Dessa maneira, um indivíduo bem alimentado com frutas, sementes e demais plantas orgânicas (alimentação baseada em plantas) pode manter uma microbiota intestinal (antigamente denominada de flora intestinal) rica em lactobacilos e bifidobactérias sem a necessidade de aditivos processados ou encapsulados. Na espécie humana, um terço da matéria fecal provém de restos de bactérias mortas, o que indica que nos alimentamos de bactérias e que obtemos delas parte importante e decisiva de nossa nutrição./Alimentar-se de produtos industrializados significa privar-se do alimento bacteriano fundamental. Bastam dois dias sem hortaliças e produtos orgânicos do reino vegetal para nossa população bacteriana protetora reduzir seu número, passando a ser substituída por bactérias nocivas, que dão origem à quase totalidade das doenças degenerativas”.
No âmbito do Projeto Microbioma Humano foi possível chegar, depois de várias análises, a uma constatação surpreendente. A soma do material genético dos micro-organismos que vivem no corpo de uma pessoa humana é cem vezes maior que o desse indivíduo. Essas informações genéticas são responsáveis por produzir uma infinidade de substâncias químicas essenciais para a vida humana. Embora as pesquisas ainda sejam limitadas, é seguro afirmar que a boa parte (talvez, a maior parte) de uma vida saudável decorre da interação entre a carga celular-genética da pessoa e o material genético das bactérias que habitam o corpo desse indivíduo.
Assim, é crucial manter e alimentar os micro-organismos benéficos presentes no corpo humano. Como foi dito no escrito 28 desta série, Alanna Collen, no livro anteriormente destacado (“10% humano”), faz inúmeras menções a extrema importância das fibras para o adequado equilíbrio da microbiota (já considerada por muitos um “novo” órgão do corpo humano). Afirmou a bióloga: “Penso não apenas na nutrição que as células humanas podem extrair [da alimentação], mas também no que minhas células microbianas vão comer./Não precisei fazer muitas mudanças para me adaptar à minha microbiota – minhas refeições continuam parecidas, apenas com um maior teor de fibras. Meu desjejum, por exemplo, deixou de ser uma tigela de cereal matinal – embalado, com conservantes, açucarado e pobre em fibras – e se transformou numa tigela de aveia, trigo e cevada integrais misturados com nozes, sementes, frutas vermelhas frescas, iogurte natural vivo e leite./É claro que as mudanças em minha microbiota após adotar uma dieta rica em fibras não são permanentes. Para sustentar indefinidamente os micróbios que ela alimenta, tenho que manter o teor de fibra das minhas refeições no nível apropriado”.
Essas últimas observações de Collen chamam a atenção para duas palavras de uso cada vez mais frequente: a) probióticos e b) prebióticos. Os probióticos são alimentos, como os iogurtes e leites fermentados, que possuem micro-organismos vivos. Os prebióticos são fibras não-digeríveis, encontradas na cebola, alho, tomate, banana, aveia, entre outros, que servem de alimento para as bactérias benéficas. Atualmente, é possível encontrar probióticos em sachês e cápsulas. É comum o termo probióticos ser utilizado para indicar as bactérias propriamente.
Convém destacar que a ingestão de probióticos e prebióticos não deve ser esporádica ou integrante de alguma dieta (passageira). O consumo desses alimentos deve integrar hábitos (comportamentos permanentes) alimentares saudáveis.
Não foi pequeno meu espanto quando li a seguinte passagem no livro “Cirurgia Verde”, do doutor Alberto Peribanez Gonzalez: “O organismo humano é composto de 100 trilhões de células organizadas. Mas, vivendo em simbiose com esse enorme terreno biológico – na pele, na boca, no nariz, na orofaringe, nas orelhas, na árvore respiratória, nos intestinos, na cavidade vaginal e no ânus – há um exército de 1 quatrilhão de bactérias”. Repetindo: 100 trilhões de células para 1 quatrilhão de micro-organismos. Em outras palavras, no corpo humano, para cada célula existem 10 (dez) micro-organismos. Essa proporção explica o título do instigante livro “10% humano”, da bióloga Alanna Collen, anteriormente destacado.
No escrito 23 desta série foi destacada outra passagem do citado livro do doutor Peribanez. Repetimos a transcrição em função da sua relevância: “Dessa maneira, um indivíduo bem alimentado com frutas, sementes e demais plantas orgânicas (alimentação baseada em plantas) pode manter uma microbiota intestinal (antigamente denominada de flora intestinal) rica em lactobacilos e bifidobactérias sem a necessidade de aditivos processados ou encapsulados. Na espécie humana, um terço da matéria fecal provém de restos de bactérias mortas, o que indica que nos alimentamos de bactérias e que obtemos delas parte importante e decisiva de nossa nutrição./Alimentar-se de produtos industrializados significa privar-se do alimento bacteriano fundamental. Bastam dois dias sem hortaliças e produtos orgânicos do reino vegetal para nossa população bacteriana protetora reduzir seu número, passando a ser substituída por bactérias nocivas, que dão origem à quase totalidade das doenças degenerativas”.
No âmbito do Projeto Microbioma Humano foi possível chegar, depois de várias análises, a uma constatação surpreendente. A soma do material genético dos micro-organismos que vivem no corpo de uma pessoa humana é cem vezes maior que o desse indivíduo. Essas informações genéticas são responsáveis por produzir uma infinidade de substâncias químicas essenciais para a vida humana. Embora as pesquisas ainda sejam limitadas, é seguro afirmar que a boa parte (talvez, a maior parte) de uma vida saudável decorre da interação entre a carga celular-genética da pessoa e o material genético das bactérias que habitam o corpo desse indivíduo.
Assim, é crucial manter e alimentar os micro-organismos benéficos presentes no corpo humano. Como foi dito no escrito 28 desta série, Alanna Collen, no livro anteriormente destacado (“10% humano”), faz inúmeras menções a extrema importância das fibras para o adequado equilíbrio da microbiota (já considerada por muitos um “novo” órgão do corpo humano). Afirmou a bióloga: “Penso não apenas na nutrição que as células humanas podem extrair [da alimentação], mas também no que minhas células microbianas vão comer./Não precisei fazer muitas mudanças para me adaptar à minha microbiota – minhas refeições continuam parecidas, apenas com um maior teor de fibras. Meu desjejum, por exemplo, deixou de ser uma tigela de cereal matinal – embalado, com conservantes, açucarado e pobre em fibras – e se transformou numa tigela de aveia, trigo e cevada integrais misturados com nozes, sementes, frutas vermelhas frescas, iogurte natural vivo e leite./É claro que as mudanças em minha microbiota após adotar uma dieta rica em fibras não são permanentes. Para sustentar indefinidamente os micróbios que ela alimenta, tenho que manter o teor de fibra das minhas refeições no nível apropriado”.
Essas últimas observações de Collen chamam a atenção para duas palavras de uso cada vez mais frequente: a) probióticos e b) prebióticos. Os probióticos são alimentos, como os iogurtes e leites fermentados, que possuem micro-organismos vivos. Os prebióticos são fibras não-digeríveis, encontradas na cebola, alho, tomate, banana, aveia, entre outros, que servem de alimento para as bactérias benéficas. Atualmente, é possível encontrar probióticos em sachês e cápsulas. É comum o termo probióticos ser utilizado para indicar as bactérias propriamente.
Convém destacar que a ingestão de probióticos e prebióticos não deve ser esporádica ou integrante de alguma dieta (passageira). O consumo desses alimentos deve integrar hábitos (comportamentos permanentes) alimentares saudáveis.
*Aldemario Araujo CastroProfessor, Advogado, Mestre em Direito, Procurador da Fazenda Nacional