Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 1 de julho de 2019

A queda da popularidade de Bolsonaro, maior do que se imaginava

Segunda, 1º de julho de 2019
O presidente da China marcou a conversa mas se arrependeu. Os dois pertencem aos BRICS, se reuniram mas mal se falaram, ficaram longe.

Por
Helio Fernandes*

Mas o acúmulo de erros, equívocos, fracassos, não permitia outra conclusão. Ao terminar o sexto mês no Planalto, ele mesmo constatou:

"Querem me transformar numa rainha da Inglaterra". Para infelicidade dele, usava e abusava do poder indiscriminado, praticando o desgoverno sem que percebesse.

A cada ato, fato, decreto, desmentido, correspondia uma contradição, nos mais variados setores do governo. (Desgoverno). E a confiança ia embora. Ficava apenas, cada vez mais visível, a incompetência, a imprudência, a incoerência.

Antes de completar o segundo mês no Planalto, primeiro o IBOPE, depois o Datafolha, por conta própria, fizeram levantamentos sobre sua atuação. Foram implacáveis, (mas respeitando a realidade) registrando como os números encontrados, estavam distantes dos números da eleição e do segundo turno.

Agora, o IBOPE, contratado pela CNI, (Confederação Nacional da Industria) revela a impopularidade, alarmante, para ele para o país.

Enorme, no tempo pesquisado, de abril para junho: "Registrado: nenhum presidente caiu tanto na historia no levantamento feito.

Apesar de conhecer o resultado e desmentindo a ele mesmo, "não disputarei a reeleição", 3 anos e meio antes de 2022, está em campanha, sem saber se chegará a 2022 e se continuará mais 4 anos.

Mas sem constrangimento, afirma e garante: "POSSO ser candidato, e TODOS votarão em mim".

PIORA VISIVELMENTE, A SITUAÇÃO DO MINISTRO DO TURISMO

Empossado sob a acusação de ser proprietário de um enorme "laranjal eleitoral", sua demissão era cantada em prosa e verso. Mas o capitão que finge de presidente, deixou bem claro que não iria demiti-lo.

Continuava tendo a sua confiança.

Agora, com a prisão de 3 assessores ligadíssimos a ele, o capitão deveria se manifestar e se livrar dele. Se refugia no fato da prisão ser TEMPORÁRIA. Que vem a ser uma réplica da liberdade PROVISÓRIA.

MEIO AMBIENTE: DESALENTO, DESCREDITO, DESCONFIANÇA COM BOLSONARO, CONHECIDO E RECONHECIDO NO MUNDO INTEIRO

Antes dele chegar ao Japão para se exibir toscamente no G-20, já era criticadíssimo por suas posições negativas, reacionárias, anti-progressistas e contrariando o que todos defendem lucidamente.

A Europa toda se revoltou com suas declarações. A Primeira Ministra da Alemanha e o Presidente da França alertaram claramente, não deixaram dúvidas: "Precisamos conversar com o novo presidente  do Brasil". E mostraram as condições e as restrições.

Textual: "Se o presidente brasileiro continuar combatendo as medidas de salvação e preservação do Meio Ambiente, não assinaremos o Tratado da União Européia e o Merco Sul". Esse Tratado é importante para os dois lados.

O capitão reagiu de forma primária, como sempre: "Não vim ao Japão para receber advertências". Além de tudo, desinformado. Não tem a menor idéia do crescimento dos partidos verdes em toda a Europa.

Angela Merkel, pela primeira vez, levou quase 3 meses para formar o governo. E só conseguiu depois de acordo com o Partido Verde.

PS- O capitão cria problema, dentro e longe de casa.

O CAPITÃO QUE VIROU PRESIDENTE, SOFRE DERROTA MILITAR CONTUNDENTE

Não teve repercussão jornalística, não por falta de informação ou interpretação, mas por não entenderem, que Bolsonaro foi atingido duas vezes na "própria carne", por decisões planejadas do Alto Comando do Exército.

1- Promoveram 2 oficiais-generais que não constavam do Almanaque para promoção.

2- Com isso deram "carona" (como o Exército chama os que estavam na vez de serem promovidos" e são preteridos) no general da ativa Otávio do Rego Barros.

3- Como todos sabem, ele é porta- voz do presidente.

4- Poucos sabem: quem é "caroneado", obrigatoriamente tem que passar para a reserva.

5- É a segunda perda militar sofrida por Bolsonaro.

6- Com isso teve que nomear um general de 4 estrelas da ativa.

7- De todos, na ativa ou na reserva é o mais amigo e íntimo.

8- Foi obrigado a demitir o general Santos Cruz, importante e relevante.

9- Mas no caso, Bolsonaro não "sofreu", atendia pressão do guru ideólogo de extrema direita.

10- Esses fatos, por serem todos militares, provocarão consequências.

XI JINPING CANCELOU ENCONTRO COM BOLSONARO

O presidente da China marcou a conversa mas se arrependeu. Os dois pertencem aos BRICS, se reuniram mas mal se falaram, ficaram longe.

Quem não gostou do veto foi Paulo Guedes. Já pediu a Bolsonaro, publicamente: "A China é grande parceira comercial, temos que comprar e vender deles".

*Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa. Matéria pode ser reproduzida com citação do autor.