Quarta, 10 de julho de 2019
Da coluna de
Helio Fernandes*
A cada publicação do site, Moro fica moral, jurídica e politicamente, com a única opção: escolhe ser cremado ou enterrado. (Não cito os Procuradores, são apenas coadjuvantes). A comunidade espera ansiosamente, gostando ou não gostando o que o site irá publicar. E eles não falham e não demoram. Eu mesmo, me assombro e me estarreço
com o tamanho, a exuberância, o volume, a profundidade e os detalhes impressionantes de cada matéria publicada e não contestada a não ser de forma capciosa, jogando a culpa em supostos hackers.
Meu depoimento irrefutável e insofismável. Tenho 98 anos de vida, 80 de jornalismo. Pelo menos 40 de ligação e convivência com fontes de informação. Fui sempre considerado um jornalista bem informado. (Em 1963, fui preso e julgado pelo STF. Motivo: publiquei um documento confidencial e sigiloso, que o general ministro da Guerra enviou para 12 generais. Como ele tinha foro privilegiado, fui para o STF. Ganhei de 5 a 4, com voto de desempate do presidente, o bravo Ribeiro da Costa).
Nesses 80 anos em que praticamente cresci e vivi em redações, não conheço nem conheci nada parecido com o que o Intercept e o Gleenen estão publicando. Matérias quilométricas, com autenticidade Indiscutível, fatos revelados e publicados, nos mínimos detalhes.
Não vou me alongar, basta que eu diga o seguinte: o Intercept é a consagração do jornalismo. E o que o Gleenen tem publicado, é o auge e o apogeu da independência, da dignidade e da moralidade do jornalismo.
FHC COMEMOROU OS 25 ANOS DO REAL, ESQUECEU DAS BANDALHEIRAS DO ENRIQUECIMENTO DELE E DE ALGUNS ECONOMISTAS
A Comissão de desestatização é um crime de lesa pátria, doou uma parte do patrimônio nacional. Basta lembrar que doou a Vale por 3 bilhões, quando valia no mínimo 10 ou 20 vezes mais. (Os crimes da Desestatização não prescrevem, é crime de lesa pátria. Eu disse isso há mais de 20 anos, com ele no poder).
Para não ir muito longe. Um dos maiores escândalos do governo FHC aconteceu no BNDES. Um dos parceiros de FHC, feito presidente, fez fortuna fabulosa, para ele e para FHC. Terminado o governo, esse economista viajou para o exterior, vivendo como milionário.
Comprou até cavalos de corrida.
FHC ficou por aqui, riquíssimo, com patrimônio no Brasil e no exterior, com imóveis em zona aristocrática. O economista, depois de 12 ou 15 anos, voltou, pontifica em entrevistas e conselhos.
FHC devia escrever, que com ele no poder, identifiquei seu governo como "retrocesso de 80 anos em 8". (Apenas como referência: através de amigos, mandou convidar o Millor para almoçar no palácio. Resposta: "Não tenho tempo para desperdiçar").
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*Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna da Imprensa. Matéria pode ser republicada com citação do autor.