Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

O xadrez quântico das eleições simultâneas nacionais e estaduais

Quarta, 17 de novembro de 2021

O tabuleiro de cima interfere no de baixo. A decisão de Jair Bolsonaro de adiar – ou desistir – de se filiar ao Partido Liberal fez alguns pré-candidatos candangos a respirarem aliviados – pelo menos, por enquanto. Isso porque se Jair Bolsonaro efetivamente entrar no PL, uma candidatura local própria teria que ser organizada e o nome mais forte, seria de Flávia Arruda. Com Flávia Arruda candidata ao GDF, enfraqueceria Ibaneis Rocha, que a deseja na sua chapa como candidato ao Senado.

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Por Chico Sant’Anna

Imagine um jogo de xadrez com dois tabuleiros. Um sobre o outro. Na prática, são jogos autônomos, mas não tão independentes, assim. Um movimento no tabuleiro de cima interfere diretamente na estratégia do de baixo. A simultaneidade das eleições estaduais e nacionais transformam o pleito num jogo com essas especificidades. Esse jogo de xadrez até já existe, chama-se xadrez quântico.

No cenário do xadrez quântico eleitoral brasileiro, o tabuleiro presidencial, o de cima, afeta até mesmo os jogadores que estarão no tabuleiro de baixo. Exemplo: as candidaturas de Luís Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Sérgio Moro (Podemos), Jair Bolsonaro (sem partido) e do nome que vier do ninho dos tucanos, praticamente, impõe a necessidade de candidatos correligionários no Distrito Federal. Não há como não ter um palanque local que sustente o candidato nacional. Daí, o tabuleiro de baixo.