Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Depois de dormir de touca, governo Ibaneis agora aparece péssimo na fita

Segunda, 6 de dezembro de 2021

Fita vermelha? Fita branca? Fita verde? E o governador mal na fita —Foto do pulso da nossa paciente sofredora.

E o governo Ibaneis aparece péssimo na fita

Não bastassem as notícias cabeludas que volta-e-meia vemos no noticiário, e na polícia, envolvendo o IgesDF —o apelidado Instituto de Gestão (😱😱😱) estratégica (😳😳😳) da Saúde do DF— agora temos frequentemente coisas que, se não fossem lamentáveis, pareceriam pegadinhas, brincadeiras, zoações.

São coisas que, aparentemente pequenas, evidenciam, no entanto, a ineficiência do tal do IgesDF.

Aconteceu hoje, segunda-feira, 6 de dezembro, no Gama. Cidadã tentou ser atendida no HRG, Hospital Regional do Gama, localizado no Setor Central da cidade. Não foi atendida. Como diz o baiano ponta de rua, "aí ela se picou" para a UPA do Gama, aquela inaugurada há pouco tempo com festas discursos e muito blá blá blá.

Unidade que fica no Setor Leste Industrial do Gama. Nessa UPA "novinha em folha", a paciente com dor de cabeça recebeu no braço a pulseira de fita vermelha, aquela que sinaliza que era uma paciente em situação grave e deveria ser atendida imediatamente. Ops! Não! Não era fita de cor vermelha, era de cor branca. Não, não, não, era de cor verde, sinalizando paciente sem gravidade no estado de saúde. Então a pulseira era vermelha, mas não era vermelha. Era branca, mas não era branca. Era verde, mas não era verde. 

Que zorra é essa, então? Que confusão de cores da zorra!

Explico! Explico, mas se o IgesDF quiser explicar, pode até explica, mas justificar nada justificará. 

Então vamos tentar desenrolar esse imbróglio de fita vermelha/branca/"verde".

A recém inaugurada —com muito ôba ôba— UPA recebeu nesta segunda (6/12) à tarde, encaminhada pelo HRG, Hospital Regional do Gama, a paciente deste caso aqui relatado. 

E na UPA, o que aconteceu? A paciente teve colocada no seu pulso esquerdo a fita, a pulseira que sinaliza o grau de gravidade de que é acometida.  Ela achou estranho, como realmente estranho é, receber uma fita que é vermelha, mas era branca e num passe de mágica —talvez melhor dizer que na realidade num passe de criativa improvisação de alguma dedicada servidora da UPA— passou a ser verde. Entenderam? Não? Tentarei agora esclarecer as coisas. 

O IgesDF, que segundo opinião do governo de Brasília, foi criado (ou seria mau criado?) por que seria eficaz, eficiente, efetivo, na Administração da Saúde de UPAS, e dos hospitais de Santa Maria e do Base, sequer consegue suprir a UPA do Gama de pulseiras classificatórias dos pacientes.

Então, a paciente da nossa história, deveria receber a fita verde, mas fita verde o Iges não teve eficiência para suprir a UPA do Gama. Então o que fazer? Não tem fita verde? Pega-se a vermelha, colocasse pelo avesso. O avesso da vermelha tem a cor branca. Mas que coisa! A paciente teria que receber uma fita verde, mas o avesso da vermelha é branca. Qual a solução encontrada? Se a cor de um dos lados da fita é vermelha, o avesso é branca, mas a paciente teria que receber a cor verde, então dá-se um jeitinho. Escreve-se no lado branco da fita a palavra "verde". Pronto! A paciente está com sua pulseira verde, né? 

E aí a UPA do Gama, "gerida" pelo IgesDF, não atendeu com médico a nossa paciente (e bota paciente nisso). Solução? Mais uma vez usando o linguajar dos meus conterrâneos de ponta de rua da "Cidade da Bahia", a paciente teve "que se picar para o Centro de Saúde 6", lá do Setor Oeste do Gama, pois havia médico disponível para atendê-la. Qual o espanto foi do pessoal auxiliar/técnico que a recebeu. Só acreditou porque estava vendo ali na frente uma pulseira vermelha ser apelidada de pulseira verde. Espanto maior ainda quando ficaram sabendo que a fita vermelha foi encarada como um camaleão, mudando de cor do vermelho e do branco para o verde na UPA recém inaugurada. Quem estava presente no Centro de Saúde 6 jura que a surpresa "foi de cair os queixos".

Parar por aqui com essa história, verdadeira história, da nossa paciente, que passou pelo HRG, fez uma parada na tarde desta segunda na UPA do Setor Leste Industrial do Gama e acabou conseguindo atendimento médico no Centro de Saúde 6 do Setor Oeste. Taí, para ser atendida, passou pelo Setor Central do Gama, pelo Setor Leste e pelo Setor Oeste. Com um périplo desse, não há fita que não mude de cor ou, pelo menos, de apelido. E paciente que fique satisfeita.

Mas a saúde pública no DF é isso aí. 

E depois não sabem a razão do governador Ibaneis está mal na fita. E não é a fita da pulseira de pacientes.

Observação: Se alguém quiser saber a razão de no título desta postagem trazer "Depois de dormir de touca..." é só clicar aqui e descobrir.