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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 18 de abril de 2022

Bia Kicis perde visibilidade com troca da presidência da CCJ

Segunda, 18 de abril de 2022


Ferrenha defensora do presidente Jair Bolsonaro no Congresso, Bia Kicis assumiu o comando da CCJ em 10 de março de 2021 e, ao longo de sua gestão, conduziu os trabalhos ao gosto do bolsonarismo. Projetos que eram de interesse do governo caminhavam mais rápido, os que não agradavam ficavam na gaveta. “Ela agora volta ao baixo clero”, comentou um parlamentar de Brasília.

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Por Chico Sant’Anna

A janela de mudanças de partidos e a união do PSL com o Democratas, criando o União Brasil, não renderam muitos dividendos à deputada Bia Kicis, que deixou o UniãoBR para se alojar no PL, de Jair Bolsonaro. De cara, ela perdeu a presidência da comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), a mais cobiçada da Câmara dos Deputados. Por ter se transformado na maior bancada da Câmara, o UniãoBR passa a ter a primazia de presidir a comissão. O PL ainda insistiu junto à presidência da Casa, mas as regras são claras. Embora o Partido Liberal tenha ganhado muitos novos parlamentares, para esse cálculo, é considerada a bancada eleita em 2018 — ou seja, mudanças feitas durante a janela partidária não são consideradas.

Considerando-se a bancada eleita em 2018, o UniãoBR teria 81 deputados — ainda que, com a janela partidária, tenha perdido vários desses parlamentares e hoje conte efetivamente com 51 deputados. O PL elegeu 33 deputados em 2018, mas, durante a janela partidária, se transformou na maior bancada da Casa, com 79 parlamentares. A maior parte das mudanças foi motivada pela filiação do presidente Jair Bolsonaro ao PL.

O novo nome para a CCJ ainda não foi definido. Sabe-se apenas que caberá ao UniãoBR indicá-lo. Além dos presidentes, os partidos tem que indicar os membros integrantes. Como ainda não foram instaladas as Comissões para o ano de 2022, os presidentes com mandato vincendo continuam no cargo, até a eleição de uma nova mesa. Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o comando da maioria das comissões foi acertado em reunião, dia 11/4, mas ainda faltam “alguns ajustes” entre partidos. O partido também ficará com a cobiçada presidência da Comissão de Orçamento. Além do comando das comissões, a existência do União Brasil deve alterar também a composição — a quantidade de representantes de cada partido — nas comissões.